Porto Seco e cidade: integração logística e cuidados urbanos | aRede
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Porto Seco e cidade: integração logística e cuidados urbanos

Conselheiro, mestre em Projeto Arquitetônico, faz apontamentos para a construção de um Porto Seco em Ponta Grossa

Henrique Wosiack Zulian é conselheiro na área de Urbanismo
Henrique Wosiack Zulian é conselheiro na área de Urbanismo -

Rodolpho Bowens

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O conselheiro da área de Urbanismo do Grupo aRede, Henrique Wosiack Zulian, acredita que a instalação de um Porto Seco, em Ponta Grossa, pode consolidar o município como o maior entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil - veja a reportagem aqui. Entretanto, ele destaca que a construção desse empreendimento precisa de cuidados, justamente para que isso não vire um problema maior à cidade.

Confira abaixo a opinião na íntegra de Henrique, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado pela Escola da Cidade e mestre na área de Projeto Arquitetônico pela Universidade de São Paulo (FAU-USP). Ele também tem dezesseis premiações em concursos de arquitetura pelo Brasil, inclusive em Ponta Grossa:

"A instalação de um Porto Seco em Ponta Grossa não é só um avanço econômico e logístico. É também um desafio urbano. Projetos desse porte vão muito além da indústria: mexem com mobilidade, ocupação do solo, meio ambiente e, claro, com a qualidade de vida da população.

O Porto Seco cria um elo direto entre a cidade e o comércio exterior. Isso fortalece o parque industrial, atrai investimentos e gera empregos. Mas, como acontece nas cidades portuárias, essa relação cidade-porto precisa ser bem cuidada para não virar um problema.

O primeiro ponto é a mobilidade. Mais caminhões circulando significam risco de sobrecarga nas ruas. Por isso, é essencial pensar em acessos diretos, corredores logísticos próprios e integração com a ferrovia e as rodovias, sem atrapalhar o trânsito do dia a dia.

Outro ponto é a ocupação do solo. A localização deve ser estratégica: próxima das indústrias, mas distante das áreas residenciais, para evitar barulho, poluição e conflitos de vizinhança. Isso toca inclusive na pergunta que fiz à prefeita Elizabeth Schmidt (União) na sabatina, sobre a necessidade de consolidar o perímetro urbano e buscar maior adensamento.

VÍDEO
Assista ao vídeo do conselheiro de Urbanismo | Autor: Colaboração.
 

Há ainda o impacto ambiental: drenagem, resíduos, preservação de mananciais e controle de emissões precisam estar no pacote desde o início. Sustentabilidade não pode ser um adendo, tem que ser parte central do projeto.

E tudo isso exige também infraestrutura de apoio: transporte coletivo, habitação, capacitação profissional e serviços públicos. Quando a logística cresce sem esse suporte, o resultado costuma gerar bolsões de desigualdade e sobrecarga nos equipamentos urbanos.

Por isso, o Porto Seco não pode ser visto como uma obra isolada. Ele pode - se bem planejado - induzir um crescimento ordenado, tornar-se um marco urbano e econômico e consolidar Ponta Grossa como o maior entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil".

CONSELHO DA COMUNIDADE - Composto por lideranças representativas da sociedade, não ocupantes de cargo eletivo, totalizando 14 membros, a iniciativa tem o objetivo de debater, discutir e opinar sobre pautas e temas de relevância local e regional, que impactam na vida dos cidadãos, levantados semanalmente pelo Portal aRede e pelo Jornal da Manhã, com a divulgação em formato de vídeo e/ou artigo.

Conheça mais detalhes dos membros do Conselho da Comunidade acessando aqui.

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