VBP da região cresce 49% e atinge R$ 24,85 bi em 2021
Aumento regional foi acima da média estadual, com incremento de R$ 8,18 bilhões em um ano. Castro supera Cascavel e volta a ser a segunda maior geradora de riquezas do Estado
Publicado: 29/06/2022, 18:21
Aumento regional foi acima da média estadual, com incremento de R$ 8,18 bilhões em um ano. Castro supera Cascavel e volta a ser a segunda maior geradora de riquezas do Estado
A geração de riquezas no agronegócio disparou no último ano na região dos Campos Gerais. O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), divulgado através de relatório preliminar publicado no Diário Oficial do Estado e no site da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontam que os valores somados dos municípios atingiram R$ 180,38 bilhões em 2021, montante que representa o maior valor já registrado na série histórica. Nos Campos Gerais, o valor também foi recorde, alcançando R$ 24,85 bilhões nos 31 municípios da regional, montante que representa 13,8% de todo o VBP estadual.
Em crescimento, os municípios da região apresentaram uma evolução superior à média estadual. Se no Paraná o valor gerado de riquezas no campo em 2021 foi 41% superior ao VBP de 2020 (R$ 128,3 bilhões), em termos nominais, na região dos Campos Gerais o crescimento alcançou os 49,08% - em 2020, o total contabilizado foi de R$ 16,67 bilhões. Cabe destacar que o VBP contempla 350 itens, incluindo grãos, proteínas animais, fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos da agropecuária paranaense. Em âmbito estadual, além do crescimento expressivo do rendimento dos grãos (49%) e da pecuária (36%) comparativamente a 2020, o setor florestal também mostrou avanço significativo (41%).
Na região dos Campos Gerais, o município que mais se destacou, em valores, é Castro. O município ampliou seu VBP em R$ 1,2 bilhão em um ano, sendo o maior crescimento, em valores absolutos, do Paraná, passando de R$ 2,26 para R$ 3,46 bilhões, superando Cascavel e voltando à segunda colocação do VBP estadual. O segundo maior valor regional é de Tibagi, que aumentou seu VBP em R$ 640,3 milhões, para alcançar R$ 1,90 bilhão. Já o município com o terceiro maior valor é Carambeí, com R$ 1,81 bilhão, que elevou seu Valor Bruto em R$ 644,6 milhões. Esses municípios ocupam o ‘top 10’ do VBP estadual, com Tibagi na 8ª posição e Carambeí na 10ª.
Em termos percentuais, mais da metade dos municípios, 16 deles, ampliaram os valores em mais de 50%. O maior crescimento de VBP na região foi de Imbaú, que mais que dobrou os valores e cresceu 114,6%, ao passar de R$ 44,2 milhões para R$ 94,1 milhão, mas ainda assim o menor VBP dos Campos Gerais. Rebouças teve o segundo maior crescimento, de 78,9%, ao passar de R$ 316,6 milhões para R$ 566,6 milhões, ao passo que o terceiro maior foi de Porto Amazonas, de 73%, ao passar de R$ 84,4 milhões para R$ 146,2 milhões. Apenas sete tiveram crescimento inferior a 40%, ou seja, ficaram abaixo da média de crescimento estadual. Os menores crescimentos foram de Telêmaco Borba, de 9,85% (de R$ 266,9 milhões para R$ 293,2 milhões), São João do Triunfo, de 28,8% (de R$ 296,1 milhões para R$ 381,6 milhões); e Ivaí, de 32,9% (de R$ 283,8 milhões para R$ 377,4 milhões).
O presidente da AMCG e prefeito de Piraí do Sul, Henrique Carneiro, parabenizou o desempenho dos municípios, e atribuiu esse resultado a investimentos feitos no campo, tanto por parte dos produtores, quanto por parte governamental. “Temos acompanhado o aumento na qualidade da produção através da genética e da tecnologia entrando no campo, de uma forma que auxilia os produtores. Então, em uma área que produzia uma determinada quantia, hoje se produz muito mais. É um trabalho que vem do campo, e que os gestores têm a obrigação de incentivar a apoiar”, disse, reforçando também o trabalho de qualificação de mão de obra por parte do governo.
Valorização elevou preços da agricultura e pecuária
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os números sinalizam que o campo mostrou sua força, mesmo com desafios como as restrições da pandemia, o aumento de custos de produção e as dificuldades de abastecimento interno. “Apesar de grandes perdas por causa da estiagem e das geadas que tivemos em algumas culturas, é um crescimento muito representativo. E nossa pecuária continua despontando. Significa que estamos cada vez mais agregando valor aos nossos produtos”, afirma.
Segundo a economista do Deral Larissa Nahirny, responsável pelo relatório do VBP, a valorização dos preços fez a diferença nos resultados, já que o Paraná teve perdas significativas na safra de grãos 2020/2021, a exemplo das segundas safras de milho e feijão. A alta nos preços recebidos pelos produtores, tanto no mercado interno quanto no mercado externo, ajudou a garantir o rendimento, especialmente das commodities e das carnes. “Por outro lado, ao analisar o crescimento real, vemos como a inflação do período refletiu no VBP como um todo”, completa.
Soja lidera a geração de riquezas
O grupo dos grãos representa 45% do valor total do VBP paranaense, somando R$ 80,7 bilhões. A soja, que rendeu R$ 51 bilhões em 2021 – 75% a mais do que em 2020 –, é o produto com maior representatividade. “Essa cultura escapou de quebras na safra passada porque a colheita aconteceu antes do período de déficit hídrico e gerou 19,8 milhões de toneladas”, explica a economista do Deral. A valorização dos preços contribuiu para equalizar as perdas decorrentes da quebra da segunda safra de milho. Mesmo com uma produção 41% menor (9,3 milhões de toneladas, somadas as duas safras), o VBP atingiu R$ 13 bilhões, crescimento de 9% em termos nominais.