Municípios da região geram R$ 40,78 bi em riquezas
Valor cresceu R$ 1,52 bilhão em relação a 2018, apresentando um crescimento nominal de 3,89% - mas uma queda real de 0,32%
Publicado: 17/12/2021, 20:10
Valor cresceu R$ 1,52 bilhão em relação a 2018, apresentando um aumento nominal de 3,89% - mas uma queda real de 0,32%
Municípios da região dos Campos Gerais tiveram um 2019 bastante inconstante em âmbito econômico. Das 27 cidades que compõem a região, 13 tiveram crescimento nominal na geração de riquezas, ampliando o Produto Interno Bruto, em relação ao ano anterior (2018), ao passo que os outros 14 tiveram uma retração. Somado tudo o que foi gerado em riquezas pelos municípios, o valor alcançado em 2019 foi de R$ 40,78 bilhões, total que é R$ 1,52 bilhão superior aos R$ 39,2 bilhões acumulados em 2018. Em termos percentuais, houve uma alta de 3,89%, em números nominais, mas se aplicada a inflação acumulada no período, com o índice deflator do PIB (4,22%), houve uma pequena baixa de 0,32%. Os números foram revelados nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números da região são próximos às médias nacional e estadual. O Paraná teve um crescimento real de 0,9%, ao passo que o Brasil teve um crescimento real de 1,2% no referido ano. Nos Campos Gerais, o setor que mais movimenta a economia é o de serviços, que movimentou R$ 14,1 bilhões nos municípios em 2020. Este foi um dos setores que teve crescimento real, de 1,75%, assim como teve crescimento real a indústria, que alcançou um Valor Adicionado de R$ 11,08 bilhões.
A indústria foi o setor que mais cresceu, 2,46% em termos reais, e se destacou como o segundo principal gerador de riquezas. O desempenho da região não positivo especialmente em função do agronegócio: o Valor Adicionado do setor teve queda nominal, de R$ 5,85 bilhões em 2018 para R$ 5,49 bilhões em 2019, trazendo uma baixa real de 9,97%. A administração pública caiu 1,01%, fechando em R$ 4,49 bilhões, e os impostos tiveram leve baixa de 0,13% reais, totalizando R$ 4,12 bilhões.
Entre os municípios,, o que teve o maior crescimento foi Ortigueira, a exemplo do que foi em 2018. O PIB da cidade cresceu 33,2% e fechou em R$ 2,90 bilhões. Na comparação com o valor anterior, houve um aumento de R$ 723,9 milhões, impulsionado pela produção industrial, que cresceu 46,5%, especialmente pela atuação da Klabin, por ser o ano do início da produção da segunda fase do Projeto Puma. O valor alcançado no ano fez a cidade superar Castro para se tornar a terceira maior economia regional, se aproximando de Telêmaco Borba (R$ 3,57 bilhões) e também atrás de Ponta Grossa.
Outro destaque no ranking foi Carambeí, que escalou da oitava para a sexta posição regional, após o PIB passar de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,48 bilhão, em uma alta real de 9,5%. Os municípios superados foram Palmeira, que teve uma baixa de R$ 1,43 bi para R$ 1,34 bi, e Jaguariaíva, que permaneceu estável na marca de R$ 1,48 bilhão. Além dessas cidades, também cresceram, em termos reais, mais quatro municípios: Arapoti (2,94%), Ventania (1,99%), Prudentópolis (1,42%) e Fernandes Pinheiro (0,83%). Por outro lado, as maiores quedas reais foram dos municípios de Ipiranga (-10,87%), São João do Triunfo (-9,9%) e Tibagi (-9,8%).
Agronegócio é o setor mais relevante para 12 municípios da região
A agricultura é o setor mais importante da economia municipal para 12, das 27 cidades dos Campos Gerais. Isso significa que a maior fonte de riquezas para quase metade dos municípios está no campo. Fazem parte deste grupo de municípios as cidades de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Porto Amazonas, Prudentópolis, Rebouças, São João do Triunfo, Teixeira Soares, Tibagi e Ventania. O maior Valor Adicionado no setor agropecuário da região dos Campos Gerais foi de Castro, onde o VA totalizou R$ 524,56 milhões. Logo depois aparecem Tibagi (R$ 390,85 milhões) e Prudentópolis (R$ 390,53 milhões).
Já o setor de serviços é o principal setor de dez municípios, entre eles Ponta Grossa, que tem o maior PIB regional. Participam dessa lista Arapoti, Carambeí, Castro, Imbaú, Irati, Palmeira, Piraí do Sul, Reserva e Sengés. O VA do setor de serviços em Ponta Grossa atingiu R$ 7,07 bilhões, enquanto que Castro tem o segundo maior Valor Adicionado de Serviços, com R$ 1,09 bilhão, e Telêmaco Borba tem R$ 1,06 bilhão. A indústria é o maior gerador de riquezas em três cidades: Jaguariaíva (R$ 578 milhões), Telêmaco Borba (R$ 1,78 bilhão) e Ortigueira, que superou Telêmaco, chegou a R$ 1,94 bilhão. Para encerrar, duas cidades tem na administração pública a maior fonte de riquezas: Cândido de Abreu e Curiúva.
PIB de Ponta Grossa atinge R$ 15,6 bilhões
O ano de 2019 foi de estabilidade para a economia ponta-grossense. Neste período de 12 meses, o Produto Interno Bruto (PIB) do município, que representa a soma de todas as riquezas geradas na cidade, atingiu a marca de R$ 15,6 bilhões, o que significa um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 3,65%. Em valores, foi um crescimento nominal de R$ 549,3 milhões. Com os números deflacionados, ou seja, descontada a inflação do período com base no deflator do PIB de 2019, de 4,22%, Ponta Grossa teve, em números reais, uma estabilidade, com uma leve baixa de 0,5%.
Com o resultado, Ponta Grossa caiu para a sétima posição estadual no ranking do PIB, enquanto que no ranking nacional a cidade agora ocupa 67ª posição – em 2018, a cidade fechou o ano na 66ª posição, ou seja, também a retração de uma colocação. No ranking do Sul do Brasil, Ponta Grossa é a 14ª colocada – no Paraná, além de Foz do Iguaçu, que foi a cidade que superou o principal município dos Campos Gerais, Ponta Grossa também está atrás de Araucária, Maringá, Londrina, São José dos Pinhais e Curitiba.
Ao se observar os cinco itens que compõem o PIB (valores adicionados e impostos), o principal destaque foi o setor de serviços. Esse ramo, que representa o que mais gera riquezas na cidade, fechou 2019 com um Valor Adicionado de R$ 7,07 bilhões, montante 7,43% acima dos R$ 6,58 bilhões registrados em 2018. Por outro lado, o setor industrial, que é um dos mais fortes do município, por ter o maior parque industrial do interior do Paraná, teve uma retração nominal, de R$ 4,62 bilhões para R$ 4,58, em baixa de 1%. Em relação ao PIB per capita, que era de R$ 43.253,34 em 2018, agora é de R$ 44.361,09 (2,56% acima do valor de 2019, em termos nominais).
Os números, informados na Secretaria de Estado da Fazenda divergem um pouco dos revelados pelo IBGE. Eles revelam que o Valor Adicionado da indústria atingiu R$ 5,37 bilhões em 2019, crescendo R$ 525 milhões nominais em relação aos R$ 4,84 bilhões de 2018. Questionado, o secretário municipal da Fazenda, Claudio Grokoviski, afirma que isso pode ocorrer pelo local diferente da coleta dos dados. “Entendo que o IBGE está pegando as informações em lugares diferentes, porque ao se considerar pelo Valor Adicionado [pela SEFA], o PIB gerado pela indústria, comércio, produção primária e serviços tributados nós tivemos um crescimento na casa de quase 11% (nominais)”, diz.
Entre todas as cidades brasileiras, Ponta Grossa é a 53ª no ranking dos maiores Valores Adicionados gerados pela indústria (R$ 4,58 bilhões). É a cidade melhor posicionada neste setor no interior do Paraná (excetuando e Foz do Iguaçu, onde há alto VA devido à geração de energia) e a 9ª melhor do Sul do Brasil, atrás de Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Araucária, Joinville, São José dos Pinhais e Curitiba. Nos serviços (R$ 7,07 bi), Ponta Grossa ocupa a 71ª posição nacional, e a 82ª na administração pública (R$ 1,54 bi). No agronegócio (R$ 282,4 milhões), a cidade não aparece no ‘top’ 100.
Em âmbito estadual, Ponta Grossa perdeu a posição de sexta maior economia do Estado para Foz do Iguaçu. O município do Oeste teve um crescimento real de 3,15%, com o PIB passando de R$ 14,67 bilhões para R$ 15,77 bilhões. O maior crescimento, porém, foi de São José dos Pinhais, de 19,27% em termos reais, ao saltar de R$ 24,1 bilhões (2018) para R$ 29,96 bilhões (2019). Araucária apresentou uma alta de 9,37% em termos reais, passando de R$ 16,4 bilhões para R$ 18,7 bilhões. Também cresceram Curitiba (5,79%, de R$ 87,1 bilhões para R$ 96,08 bilhões) e Londrina (3,86%, ao passar de R$ 19,95 bilhões para R$ 21,59 bi). Entre os oito maiores municípios, cinco tiveram crescimento – apenas retraíram Maringá (-0,02%), Ponta Grossa (-0,55%) e Cascavel (-1,24%). O PIB do Paraná fechou o ano em R$ 466,3 bilhões, acima dos R$ 440,02 bilhões de 2018, em crescimento nominal de 0,9%.
No Brasil, São Paulo é a grande líder, responsável por concentrar 10,34% do PIB nacional, totalizando R$ 763,8 bilhões. Somado esse valor com o do município do Rio de Janeiro, o PIB das maiores cidades do Brasil totalizam R$ 1,1 trilhão, totalizando 15% do PIB brasileiro. Curitiba, a capital paranaense, é a quinta cidade no ranking nacional, também atrás de Belo Horizonte (R$ 97,2 bi) e Brasília (R$ 273,6 bi). Porto Alegre (R$ 82,4 bi) tem o maior PIB do Rio Grande do Sul, 7ª no Brasil e 2 ª no Sul, ao passo que Joinville (R$ 34,5 bi) é a líder de Santa Catarina, 26ª nacional e a 3ª do Sul.
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO
MUNICÍPIO VALOR (R$ MIL) VARIAÇÃO NOMINAL
Ponta Grossa 15.603.394 3,64
Telêmaco Borba 3.574.545 4,16
Ortigueira 2.900.987 33,25
Castro 2.763.700 -1,98
Irati 1.900.073 3,96
Carambeí 1.489.768 14,12
Jaguariaíva 1.487.925 0,50
Palmeira 1.345.324 -5,98
Prudentópolis 1.264.980 5,70
Arapoti 1.230.108 7,29
Imbituva 868.455 -3,01
Tibagi 842.110 -6,08
Piraí do Sul 811.870 1,66
Reserva 603.379 -2,21
São João do Triunfo 511.557 -6,16
Ipiranga 468.057 -7,11
Sengés 447.345 -2,28
Rebouças 383.258 0,97
Teixeira Soares 376.628 -0,79
Ivaí 370.598 -1,35
Cândido de Abreu 325.084 2,29
Ventania 243.400 6,29
Guamiranga 234.408 -2,69
Curiúva 223.007 -4,01
Imbaú 217.304 -3,37
Fernandes Pinheiro 186.655 5,09
Porto Amazonas 113.773 -5,48
TOTAL 40.787.693 3,89
MAIORES PIBS DO PARANÁ (VARIAÇÃO REAL)
Cidade Valor Variação
Curitiba R$ 96,0 BI5,80%
S. J. dos PinhaisR$ 29,9 BI19,30%
LondrinaR$ 21,5 BI3,90%
MaringáR$ 19,3 BI-0,02%
AraucáriaR$ 18,7 BI9,40%
Foz do IguaçuR$ 15,7 BI3,10%
Ponta GrossaR$ 15,6 BI-0,50%
CascavelR$ 12,6 BI-1,20%