Águia Florestal aposta em nova linha de produtos no mercado nacional

Uma das empresas do Grupo Águia, a Águia Florestal tem mais de 40 anos de atuação no mercado. Tudo começou na década de 1970, quando os irmãos Ferdinando e Frederico Scheffer estavam empreendendo no ramo metalúrgico, também decidiram diversificar e apostar na plantação de floresta, por enxergar que esse seria o futuro. E o presente mostra que essa foi uma decisão acertada - hoje a empresa tem três unidades fabris em Ponta Grossa, contando com cerca de 600 colaboradores entre diretos e indiretos.

Após o crescimento da Águia Sistemas na década de 1980, a indústria Águia Florestal foi planejada em 1992 pelo engenheiro florestal Álvaro Scheffer, filho de Ferdinando, já com foco no mercado externo, iniciando suas operações em 1993. “Já tínhamos uma floresta em fase de corte, e montamos a primeira serraria lá em Itaiacoca. No dia 6 de fevereiro, serramos a primeira tora. Começamos produzindo ‘clear blocks’. Os blocks eram ‘toquinhos’ de madeira, colocados numa caixa, e era isso que exportávamos para os Estados Unidos. Era isso e pallet, ou madeira, para o Oriente Médio”, recorda Álvaro. 

O tempo foi passando e novos produtos foram incorporados ao portfólio, como painéis de madeira colados para indústria moveleira, com destino a Ásia, e na sequência os ‘boards’, que são madeiras aplainadas nas quatro faces, com medidas padronizadas. Esse é, hoje, o ‘carro-chefe’ entre os produtos fabricados pela empresa. “Se você for para os EUA, e entrar em lojas como Lowe’s, Home Depot ou Menards, você vai encontrar esses produtos da Águia lá”, explica. Outros produtos de destaque são ‘siding’ e ‘pallet’. Cerca de 80% da produção da Águia Florestal é exportada. 

Para a produção dos boards, parte da madeira é cortada, dependendo da medida. E é justamente esse o novo foco da empresa: o que antes viraria combustível na caldeira, agora vai virar produto, em um investimento que passou de R$ 10 milhões na unidade do Distrito Industrial. “Em uma feira na Alemanha, conheci o CLT, que é o Cross Laminated Timber, madeira colada cruzada. E é esse material que estamos lançando hoje no mercado. Estamos dando um salto na industrialização com essa placa maciça estrutural voltada à construção civil. Então estamos investindo nessa nova planta, que deve ser focada na produção de casas”, completa Álvaro. 

Para o futuro, Álvaro destaca investimentos em novas tecnologias e na modernização da serraria de Itaiacoca. “Teremos uma ampliação grande da Águia, e resolvemos focar em Ponta Grossa. Queremos crescer 3% de área plantada ao ano e crescer 10% em produção florestal ao ano. Então é dobrar a produção em 10 anos, baseado em genética e manejo”, conclui.