Superação, força e medalhas: a jornada de Kaoane Dzulinski no fisiculturismo

O Viver Bem de hoje conta uma história inspiradora de superação, resiliência e vitória. A ponta-grossense Kaoane Dzulinski, que conquistou recentemente o 3º e o 5º lugar no Muscle Contest em Ponta Grossa, trilhou um caminho repleto de desafios até brilhar no palco do fisiculturismo.

A trajetória de Kaoane no esporte começou nas quadras de basquete, onde atuava até sofrer uma lesão no joelho, por volta dos 17 anos. Foi durante o processo de reabilitação, com treinos de fortalecimento na academia, que chamou a atenção de seu atual treinador, Mateus Gouvêa, que logo viu nela um potencial para o fisiculturismo. Apesar da resistência inicial, ela aceitou o convite para iniciar uma preparação e chegou a planejar sua estreia no palco em 2022.

O que Kaoane não esperava era uma reviravolta ainda maior: poucos dias antes da competição, torceu o tornozelo. E, logo depois, descobriu uma gravidez já em estágio avançado — seu filho nasceu prematuro, aos sete meses, em fevereiro de 2023. A maternidade trouxe não somente uma nova rotina, mas também um baque emocional. “Foi como se o mundo tivesse desmoronado. Eu não esperava por isso, não me sentia preparada. Amo meu filho de paixão, mas essa mudança tão radical na minha vida, me afetou de uma forma que entrei numa depressão. Então eu não tinha vontade de sair de casa, ficava com as portas e janelas fechadas, então eu não tinha vontade de viver. Eu só tinha forças pelo meu filho porque eu precisava cuidar dele e ele precisava de mim também”, contou.

Com o apoio da família, do treinador e da Rhayra, sua amiga, ela iniciou uma recuperação que foi além do físico: voltou a treinar aos poucos e encontrou na musculação uma forma de resgatar sua força interior. Em 2023, Kaoane subiu ao palco pela primeira vez no Sul Brasileiro, em Santa Catarina, enfrentando obstáculos e aprendizados. Neste ano, mais madura e com uma preparação ainda mais focada, subiu novamente no Muscle Contest em Ponta Grossa e garantiu o 3º lugar na categoria Júnior e o 5º lugar na Open — esta última, inclusive, com maior número de atletas competindo.

Com planos de se preparar por mais um ano e meio antes de voltar a competir, Kaoane destaca que o fisiculturismo vai muito além do corpo. “Tem que ter a mentalidade de um campeão. É disciplina, é foco, é montar todas as refeições com antecedência e manter tudo no eixo mesmo sem vontade”, afirmou. Ela concilia os treinos com o trabalho, os estudos e a rotina de mãe. E faz tudo isso com orgulho.

“Hoje eu me sinto incrível. Uma pessoa completamente diferente desde lá no comecinho. Tenho uma maturidade muito grande de todo esse trajeto, de todos os altos e baixos que tive na minha vida. Tive que recomeçar inúmeras vezes, mas nenhuma delas eu desisti. Eu caí, eu me reergui. É, depois o momento em que virei mãe, eu me sinto uma mulher mais forte, né? O meu filho veio para me mostrar a força que tenho”, disse, emocionada.

A atleta finaliza com uma mensagem para outras mulheres: “Nunca deixem de acreditar no potencial de vocês. Somos fortes, poderosas, e conseguimos tudo o que imaginamos”.