Coluna Fragmentos: Eurico Batista Rosas | aRede
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Coluna Fragmentos: Eurico Batista Rosas

A coluna ‘Fragmentos’, assinada pelo historiador Niltonci Batista Chaves, publicada entre 2007 e 2011, retorna como parte do projeto '200 Vezes PG', sendo publicada diariamente entre os dias 28 de fevereiro e 15 de setembro

Em 25 de novembro de 1956 o JM publicou matéria a respeito da atuação do deputado Eurico Batista Rosas na tentativa de alterar o traçado da estrada Transbrasiliana
Em 25 de novembro de 1956 o JM publicou matéria a respeito da atuação do deputado Eurico Batista Rosas na tentativa de alterar o traçado da estrada Transbrasiliana -

João Gabriel Vieira

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Há pouco menos de um ano Ponta Grossa perdeu Jorge Rosas Demiate, uma de suas mais expressivas lideranças políticas e uma figura humana ímpar. Ao longo de sua rica carreira política – foi Diretor do Ministério de Desenvolvimento Urbano e do Ministério da Justiça, Secretário Municipal de Planejamento na gestão Otto Cunha, Secretário de Turismo e Meio Ambiente na Gestão Péricles de Mello e Presidente da Paraná Turismo – Jorginho sempre afirmou que seus maiores orgulhos na vida pública eram a sua fidelidade ao PMDB (desde os tempos do antigo “MDB velho de guerra” como sempre dizia) e o fato de ser o herdeiro de uma das maiores expressões políticas que a cidade já conheceu: Eurico Batista Rosas, de quem era sobrinho e profundo admirador.

Nascido no ano de 1915 e pertencente a uma das famílias mais tradicionais dos Campos Gerais, Eurico teve destacada atuação na vida política ponta-grossense entre as décadas de 1940 e 1980, chegando, inclusive, a governar a cidade entre 1959 e 1962.

Fazendeiro e engenheiro, seu primeiro cargo público foi conquistado em 1947, ano em que se elegeu vereador pela UDN – única agremiação a qual foi filiado até seu ingresso no MDB, em 1966, partido este fundado em nossa cidade pela ação direta de Eurico Rosas.

O auge de sua carreira política foi entre o final dos anos 40 e a década de 1960. No decorrer desse período foi vereador, deputado por três legislaturas e prefeito de Ponta Grossa. A partir do ano de 1970, Eurico passou a conviver com uma série de insucessos políticos. Em plena ditadura militar, e filiado ao partido de oposição ao regime, teve que disputar espaços com outras expressivas figuras da política local, como Cyro Martins e Luiz Gonzaga Pinto.

A sua derrota na busca pela reeleição à Assembléia Legislativa do Paraná (1970) marcou o início de sua decadência política. A partir de então, Eurico Batista Rosas não obteve mais nenhuma vitória eleitoral. Em 1972 foi derrotado por Gonzaga Pinto na disputa pela prefeitura; em 1976 candidatou-se mais uma vez ao cargo, sendo então derrotado por um candidato que vinha do mesmo MDB (a legislação da época permitia que um mesmo partido apresentasse mais de um candidato ao cargo de prefeito), o jovem e promissor Luiz Carlos Zuk; em 1982 participou de seu último pleito na condição de candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo empresário e professor José Gomes do Amaral. Derrotado por Otto Cunha, Eurico Rosas abandonou definitivamente a vida pública e passou seus últimos anos administrando suas propriedades. Faleceu em Curitiba aos 78 anos de idade.

Em 6 de julho de 1993, dia seguinte ao de sua morte, Ponta Grossa recebeu a visita do governador Roberto Requião, o qual decidiu atribuir ao viaduto que liga a cidade ao norte do estado a denominação de Viaduto Prefeito Eurico Batista Rosas, em reconhecimento aos serviços prestados por ele ao longo de sua trajetória na política paranaense.  

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 11 de janeiro de 2009.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

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