Asfalto valoriza imóveis e impulsiona o crescimento de PG

A pavimentação de ruas em Ponta Grossa tem sido um dos principais vetores de transformação urbana e social do município. Além de melhorar a mobilidade e o acesso a serviços públicos, o programa de pavimentação do município tem valorizado o território para investimentos, reativado obras paradas e fortalecido a qualidade de vida nas comunidades ponta-grossenses.

DIGNIDADE E QUALIDADE DE VIDA - Nas comunidades e vilas de Ponta Grossa, o asfalto tem  também um papel simbólico de reconhecimento que todos os bairros fazem parte do desenvolvimento da cidade. No bairro Borsato, o líder comunitário Alexi Hajer lembra que parte da região esperava há quase 40 anos pela pavimentação. O projeto atualmente em licitação prevê obras em oito ruas, o que deixará o bairro completamente asfaltado. “É uma espera de décadas, sempre foi um sonho a gente ter pavimentação na frente de casa. Só quem não tem pavimentação na frente da sua residência sabe o quão difícil é”, afirma Hajer.

  

De acordo com o morador do núcleo, a pavimentação é um grande benefício para os moradores, trazendo mais segurança e conforto na qualidade de vida. “Isso é acessibilidade. Teremos asfalto ao redor do colégio, o que vai melhorar a mobilidade na entrada e saída dos alunos. Também serão feitas obras em frente ao posto de saúde, o que significa mais dignidade”, diz Hajer.

Em áreas como o Ouro Verde, o avanço também está ligado à organização das comunidades, que tiveram seus pedidos atendidos pela gestão executiva da cidade. Lyli Gonçalves, coordenadora da Central Única das Favelas (Cufa) afirma que a região passa por obras de pavimentação desde a última gestão de Wosgrau, entre 2005 e 2012, e somente agora todo o bairro será pavimentado.

Por outro lado, no bairro Cará-Cará, a professora aposentada Dalmi da Silva, de 60 anos, ainda espera a pavimentação de sua rua. Ela mora a poucos metros de grandes indústrias da cidade, mas ainda espera que os investimentos em infraestrutura cheguem até a sua residência. “Minha família já morava aqui, neste mesmo endereço, rua Cesna, e há mais de 60 anos estamos sem pavimentação. Entra poeira e lama nas casas, e o máximo que vi foram tapa-buracos. Asfalto, propriamente dito, não”, conta.

IMPACTO ECONÔMICO - O setor produtivo também sente os reflexos. O diretor de Urbanismo da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Fabiano Gravena, explica que a pavimentação estimula o investimento privado. “A pavimentação é um requisito para crédito e financiamento imobiliário. Quando a rua é asfaltada com base, drenagem e calçada, o investimento se torna seguro e sustentável. Obras bem executadas geram economia de manutenção e valorizam todo o entorno”, afirma Gravena. Ele ressalta, porém, que a expansão deve vir acompanhada de planejamento. “Asfaltar 100% da cidade é um passo importante, mas é preciso pensar no segundo estágio: criar anéis viários, duplicar, ampliar e integrar ruas. 

SETOR PRIVADO - O vice-presidente do Sindicato da Habitação e Condomínios em Ponta Grossa, Carlos Ribas Tavarnaro, destaca o impacto direto na valorização dos imóveis. “Depois de água, esgoto e energia, o asfalto é o fator que mais melhora a qualidade de vida e valoriza o imóvel. Em terrenos nus essa valorização pode chegar a 2x o valor do imóvel antes da melhoria”, explica.

  

Tavarnaro também é um dos responsáveis pelo novo megaempreendimento Pátio São Vicente, localizado entre Uvaranas e o Cará-Cará. “Quando essas obras acontecem em vilas inteiras ou regiões maiores, a valorização dos imóveis atingidos é mais significativa, pois cria viabilidade para investimentos maiores. Em um primeiro momento percebemos a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos nas áreas contempladas, e consequentemente o início da valorização imobiliária”, diz.

Antônio Carlos de Sá, empresário e investidor do Pátio São Vicente, ressalta que a cidade está vivendo um momento singular de desenvolvimento e, portanto, os avanços em infraestrutura são um atrativo para novos investimentos. “A cidade demonstra uma velocidade de expansão superior à de outras cidades paranaenses de porte semelhante, o que atrai novidades do setor imobiliário, tanto comercial quanto residencial. Acreditamos firmemente neste potencial, e as premissas que fundamentam nosso investimento estão alinhadas com a projeção de crescimento da cidade para os próximos cinco a dez anos”.

  

Portanto, os investimentos recentes em pavimentação e outros aspectos de infraestrutura em Ponta Grossa têm refletido em potenciais sociais e econômicos a longo prazo para o município. Com um aporte que se aproxima do R$ 1 bilhão, a gestão de Elizabeth Schmidt (União) segue com a ambição em concluir 100% da pavimentação em Ponta Grossa, o que deve dar sequência a outros novos investimentos públicos e privados para o desenvolvimento da cidade.