PG registra aumento de 27.000% de casos de dengue em um ano | aRede
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PG registra aumento de 27.000% de casos de dengue em um ano

A comparação se dá entre o período epidemiológico 2023/2024 e 2022/2023; ao todo a cidade teve 17.440 confirmações no último ano

Ponta Grossa teve 16 óbitos em decorrência da dengue neste período epidemiológico
Ponta Grossa teve 16 óbitos em decorrência da dengue neste período epidemiológico -

João Iansen

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Em todo o período epidemiológico 2023/2024 Ponta Grossa registrou 17.440 casos confirmados de dengue. Se comparado ao ano anterior, quando foram 63 casos, o município apresentou aumento aproximado de 27.682% de casos da doença. Ainda, a cidade teve 16 óbitos, enquanto no outro período não houve mortes por dengue.

Nesta terça-feira (30), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou o último informe semanal da doença. O período epidemiológico iniciou em 30 de julho de 2023 e foi encerrado hoje. Nesta última semana, Ponta Grossa registrou 684 novos casos de dengue. Ao todo, a cidade somou 17.440 casos confirmados e 16 mortes em decorrência da doença.

Na 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa (3ª RS), que abrange Arapoti, Carambeí, Castro, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, São João do Triunfo e Sengés, o total de casos chegou a 23.926 casos confirmados. A regional ainda registrou 18 óbitos (incluindo os de Ponta Grossa).

COMPARAÇÃO - No período epidemiológico anterior (2022/2023), de 16 de agosto de 2022 a 1º de agosto de 2023, a cidade apresentou apenas 63 casos confirmados, além não registrar nenhum óbito pela doença. O aumento de casos foi de 27.682,53%.

Já na 3ª RS, foram 112 casos e nenhum óbito no período anterior. O que representa um aumento de 21.362,5% de confirmações da doença.

RISCO - Neste ano, Ponta Grossa também apresentou risco de desenvolver uma epidemia do Aedes Aegypti. A Sesa também divulgou o boletim de infestação predial, que apresenta o levantamento entomológico para o mosquito da dengue. O índice de infestação predial (IIP) é a relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o número de imóveis pesquisados. Por atingir um índice acima de 4%, Ponta Grossa aparece como uma cidade em risco de desenvolver uma epidemia. Confira mais detalhes sobre o IPP na matéria publicada pelo Portal aRede.

PARANÁ - Em todo o estado foram registrados mais 8.031 casos da doença e 39 óbitos na última semana. Somados aos dados do período, o Paraná contabiliza 939.453 notificações, 595.732 casos confirmados e 610 mortes em decorrência da dengue.

Londrina (40.552), Cascavel (32.338), Maringá (23.232), Apucarana (18.619) e Ponta Grossa (17.440) foram os municípios com mais casos confirmados neste período epidemiológico. No total, são 397 municípios com confirmações da doença. Apenas Agudos do Sul e Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba, não tiveram registros – Tunas do Paraná aparecia até há pouco com um caso confirmado, que foi descartado. Em relação aos óbitos, Cascavel (57), Londrina (52), Toledo (44), Apucarana (27) e Francisco Beltrão (19) lideram a lista.

Há 33 anos a Sesa divulga o panorama das arboviroses no Paraná. Em 1991, os primeiros dados registrados apresentaram 161 notificações da dengue e 16 casos importados confirmados ao longo de doze meses. No ano de 1993 foram registrados os primeiros casos autóctones do Estado, três no total.

A partir de 1995, o aumento dos casos autóctones foi expressivo, totalizando 1.519 dos 3.595 casos notificados naquele ano. À época, a população paranaense era de 8,7 milhões de habitantes e havia uma incidência de 17,43 casos autóctones por 100 mil habitantes. Os dados atuais são de 525.631 casos autóctones em uma população de 11,5 milhões de habitantes – uma incidência de 4.532,28 por 100 mil habitantes.

Até o período 2023/2024, o ano epidemiológico 2019/2020 era o que concentrava mais casos, com 227.724, além de 177 óbitos.

Para a coordenadora da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, os dados de 2023/2024 podem ser atribuídos, em grande parte, às mudanças climáticas, influenciadas, principalmente, pelo El Niño. “As regiões que historicamente apresentavam baixa circulação viral passaram a apresentar um cenário de impacto", diz. "O aumento da pluviosidade e das temperaturas médias tem sido importantíssimos para a proliferação do Aedes, fazendo com que a densidade vetorial aumente, o que reflete na transmissão da dengue, sendo imprescindível a eliminação dos criadouros”.

A Sesa se mantém vigilante quanto ao cenário e já trabalha definindo novas e contínuas ações para o novo período epidemiológico, que teve início em 28 de julho de 2024. “Já projetamos e programamos ações para o próximo período sazonal. Só nos últimos seis meses investimos R$ 100 milhões para apoiar gestores municipais nas ações de Vigilância em Saúde. Não faltam recursos. Mas pedimos a colaboração de toda a população com a eliminação de potenciais criadouros do vetor”, complementa Ivana Belmonte. 

O secretário estadual da Saúde, Cesar Neves, lembra que o último período foi de muito trabalho e dedicação das equipes. “A dengue está presente em praticamente em todo o País, com mais de 6 milhões de casos e 4,8 mil óbitos, e no Paraná não foi diferente. Assim como em outros estados, aqui também houve enfrentamento dessa grande epidemia. Não medimos esforços para a realização de ações resolutivas, porém precisamos da ajuda da população”, afirmou.

A situação em relação à doença fez com que o Governo do Estado decretasse, em março, a situação de emergência em saúde pública para a dengue. A decisão foi tomada devido ao aumento no número de casos e óbitos pela doença. A vigência do decreto foi de 90 dias.

VÍRUS – No período 23/24, foram detectados três sorotipos de dengue em circulação no Paraná: DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O DENV-1 teve a maior circulação nos municípios, representando mais de 80% das amostras tipificadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen). “A dengue é uma doença endêmica, temos casos durante todo o ano, mas o período de maior concentração de casos notificados teve início em janeiro e foi até maio, sendo que março e abril concentram o maior número de casos”, explicou a coordenadora da Vigilância Ambiental.

CHIKUNGUNYA E ZIKA – Durante este período de um ano não houve confirmação de casos de zika no Paraná. Em relação à Chikungunya, o Estado registrou 1.920 notificações, 240 casos confirmados e nenhum óbito pelo agravo. Houve o registro de 183 casos autóctones e, destes, 77 eram pacientes residentes do município de Foz do Iguaçu, concentrando 42% dos casos autóctones no Paraná.

Com supervisão de Rodolpho Bowens e informações da Agência Estadual de Notícias.

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