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PG está entre as 50 grandes cidades com mais estupros no Brasil

Pesquisa mostra que ‘Região Intermediária de Ponta Grossa’, com 26 municípios, também está entre as que mais tiveram mortes violentas em 2023 no Paraná

Entre os estados, o Paraná é o que tem a maioria de cidades com mais casos de estupro
Entre os estados, o Paraná é o que tem a maioria de cidades com mais casos de estupro -

Rodolpho Bowens

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O município de Ponta Grossa está entre as 50 cidades do Brasil, com população igual ou superior a 100 mil habitantes, com mais casos de estupro e estupro de vulnerável. Os dados foram divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A região também integra a lista com mais ‘Mortes Violentas Intencionais (MVI)’ no ano de 2023.

Na 34ª posição, com 69,8 estupros para cada 100 mil habitantes, Ponta Grossa é o sétimo município do Estado do Paraná com mais casos de violência em 2023. Lidera a lista a cidade de Sorriso (MT), com 113,9 estupros para cada 100 mil habitantes. Na sequência, em segundo e terceiro estão Porto Velho (RO), com 113,6 casos para cada 100 mil habitantes e Boa Vista (RR), com 110,5 estupros.

Conforme o ‘Anuário’, “as taxas foram calculadas a partir da soma do número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável informadas nas bases de dados compartilhadas pelos gestores de estatísticas dos estados e do Distrito Federal”. Municípios com população inferior a 100 mil habitantes não foram incluídos na pesquisa, porque “o baixo número de casos pode levar a estimativas pouco representativas ou distorcidas, com alta variabilidade”, explica o levantamento.

PREOCUPAÇÃO – O Paraná é o estado com mais cidades com maiores taxas de estupro/estupro de vulnerável do País – são nove municípios: Guarapuava (8°), com 87,3 casos por 100 mil habitantes; Almirante Tamandaré (9º), com 85,1 estupros; Colombo (20º), com 76,7 casos; Araucária (21º), com 75,8; Piraquara (31º), com 69,9; Fazenda Rio Grande (32º), com 69,9; Paranaguá (40º), com 67,2; e Cascavel (43º), com 63,5 estupros por 100 mil habitantes.

Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 estão disponíveis na íntegra clicando aqui.

ANÁLISES – Para a delegada titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) de Ponta Grossa, Ana Paula Cunha Carvalho, os números são vistos “com certo temor”. “É sempre preocupante, principalmente questões de violência e, em especial, quando se refere à violência contra a criança. São números que não gostaríamos de ter”, explica à equipe de Jornalismo do Portal aRede.

Entretanto, Ana Paula complementa que a preocupação é ainda maior nos casos de subnotificação, quando crianças são violentadas e não há denúncia. “Vemos com certo temor esses números, mas o que mais me preocupa seriam índices muito menores que esses, porque aí estaria falando de subnotificações. Esses números são altos porque a Segurança Pública vem trabalhando com as causas dos vulneráveis de uma forma muito contundente”, enfatiza.

Ana Paula Cunha Carvalho, delegada do Nucria de Ponta Grossa
Ana Paula Cunha Carvalho, delegada do Nucria de Ponta Grossa |  Foto: Arquivo.
 

O Portal aRede também conversou com a delegada Cláudia Krüger, da Delegacia da Mulher de Ponta Grossa, sobre os casos de estupro. Ela relata que “os crimes de natureza sexual sempre demandarão especial atenção, pois, certamente ainda representam um dos maiores temores das mulheres, sobretudo, em virtude de um cenário alicerçado em valores machistas, que subjugam a figura feminina, vítima predominante desse tipo de crime”.

SOLUÇÕES – De acordo com Ana Paula, ações educativas e de prevenção podem ajudar a diminuir os números em Ponta Grossa. “É a conscientização. A partir do momento que você divulga, realiza campanhas, palestras em escolas, as crianças e as pessoas terão ciência sobre o assunto. Isto eleva o número de denúncias. A sociedade precisa acreditar no trabalho da polícia”, finaliza ao comentar sobre os casos de estupro de vulnerável.

Já para a delegada Cláudia, o combate ao estupro “deve ser efetivo e contínuo”. “Devem compor esse enfrentamento, além de punições legais severas, o envolvimento de toda sociedade, com ações preventivas/educativas, visando a diminuição dessa forma tão grave de violência”, explica à equipe de Jornalismo a responsável pela Delegacia da Mulher. Denúncias podem ser realizadas nas autoridades policiais.

Cláudia Krüger, delegada da Delegacia da Mulher de Ponta Grossa
Cláudia Krüger, delegada da Delegacia da Mulher de Ponta Grossa |  Foto: Arquivo.
 

MORTES VIOLENTAS – Por fim, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 também mostra que a região de Ponta Grossa integra a lista das ‘Mortes Violentas Intencionais’ em 2023. Nesta categoria, segundo a pesquisa, “estão incluídos os homicídios dolosos, os feminicídios, os latrocínios, as lesões corporais seguidas de mortes, as mortes de policiais e as mortes decorrentes de intervenção policial”, explica o levantamento.

A ‘Região Intermediária de Ponta Grossa’, composta por 26 municípios, apresenta uma taxa de MVI de 21,6 a cada 100 mil habitantes. A maior taxa de mortes violentas no Brasil está na região intermediária de Macapá (AP), com 76,1 casos a cada 100 mil habitantes. Já a segunda colocação é da região de Ilhéus-Itabuna (BA), com 61,7; e em terceiro Salvador (BA), com 61,3. No Estado do Paraná, a região de Ponta Grossa é a mais violenta, de acordo com a pesquisa.

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