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PG ultrapassa total de incêndios em vegetação registrados em 2023

Corpo de Bombeiros atendeu 218 queimadas até o último domingo (12); Uvaranas foi a região com o maior número de terrenos incendiados

Até o momento, maio contabilizou 39 incêndios, uma média de três queimadas por dia
Até o momento, maio contabilizou 39 incêndios, uma média de três queimadas por dia -

Matheus Gaston

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Ponta Grossa registrou 218 incêndios em vegetação do início de janeiro até o último domingo (12), segundo o Sistema de Registro de Ocorrências e Estatísticas do Corpo de Bombeiros (SYSBM). Este valor ultrapassa o total de queimadas controladas ao longo de 2023, ano em que a foram contabilizados 215 atendimentos.

Em uma comparação com o mesmo período do ano passado (jan/maio), quando foram registrados apenas 55 incêndios em terrenos, é possível observar um aumento de pouco mais de 296% no número de ocorrências. 

A região que mais queimou vegetação foi a de Uvaranas, com 36 atendimentos. Em seguida, aparecem Cará-Cará (31), Jardim Carvalho (21) e Contorno (19). Algumas ruas chegaram a registrar até sete incêndios ao longo desse ano, como a avenida Souza Naves, no bairro Chapada.

Março teve o maior acumulado deste ano, com 58 queimadas - uma média de quase dois atendimentos por dia. Até o último domingo (12), o mês de maio contabiliza 39 incêndios. Por outro lado, a média subiu para três ocorrências diárias

Segundo o Corpo de Bombeiros, em conjunto, vários podem contribuir para o crescimento das queimadas. O tenente Bruno Da Macena explica que o ano passado foi atípico, com poucos incêndios. “Isso faz com que tenhamos mais material combustível para queimar neste ano. Assim, a população usa mais o fogo para limpar os terrenos baldios”.

Outro fator associado às queimadas é o fenômeno El Niño, que manteve o tempo mais quente e seco na região dos Campos Gerais. “A falta de chuva e as temperaturas mais altas facilitam a propagação do fogo, que pode ser causado até por uma bituca de cigarro”, aponta Carla Martins Kritski, secretária municipal de Meio Ambiente. 

DENGUE - Para Carla, a epidemia de dengue também pode explicar o aumento dos incêndios. Segundo a secretária, enganosamente, algumas pessoas pensam que vegetação alta significa foco do mosquito. “O Aedes aegypti só coloca ovos em locais com sombra e água parada, onde há acúmulo de lixo ou entulho”, explica. “Atear fogo em mato alto só contribui para destruir os inimigos naturais do mosquito, causando desequilíbrio ecológico e trazendo danos ao solo”, completa. 

O Departamento de Saneamento Ambiental intervém em terrenos públicos ou particulares por meio de roçadas e limpeza. Já o setor de fiscalização faz vistorias, notificações, indica prazos de adequação e, posteriormente, emite multa aos munícipes irregulares. “Assim tentamos evitar que a população coloque fogo em vegetação, prática que configura crime ambiental”, reforça Carla.

CRIME - A maior parte das queimadas em terrenos é provocada pela limpeza de terrenos com uso de fogo. No entanto, queimar vegetação em área urbana, seja ela pública ou privada, é crime. A multa pode variar de R$ 360 a 900, de acordo com a área incendiada. Quando esse valor ultrapassa 1 mil metros quadrados, ainda pode ser acrescido valor proporcional ao tamanho da região afetada. 

Em Ponta Grossa, é possível fazer denúncias pelo telefone 156 ou pela internet, no site da Ouvidoria Municipal. As notificações são repassadas para fiscais da Secretaria de Meio Ambiente. Segundo a pasta, em 2024, foram recebidas 90 reclamações sobre incêndios. Desse total, cinco resultaram em multa e outras sete em advertências.

ORIENTAÇÕES - A principal orientação do Corpo de Bombeiros em relação à queima de vegetação é não praticá-la. “O correto para limpeza de terrenos é a contratação de pessoa especializada para esse serviço”, recomenda o tenente Da Macena. O brigadista lembra que fumaça é prejudicial para a saúde de crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. Da Macena ainda alerta sobre o risco das queimadas ilegais atingirem residências próximas aos terrenos incendiados, o que pode causar danos ainda maiores.

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