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Pesquisa da UFPR descobre fóssil de 400 milhões de anos em PG

Descoberta inédita é considerada rara em todo o mundo por se tratar de um animal frágil

Descoberta do fóssil aconteceu ainda em 2020
Descoberta do fóssil aconteceu ainda em 2020 -

Da Redação

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Avançando nos estudos de fósseis de um grupo de equinodermos parentes das estrelas-do-mar, chamados ofiuroides, encontrados em rochas do Período Devoniano — que datam de aproximadamente 400 milhões de anos atrás —, cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) puderam descrever o processo geológico raro que permitiu a boa conservação dos fósseis.

A descoberta sobre os fósseis coletados em 2020, inédita na América do Sul, é considerada rara em todo o mundo por tratar-se de um animal frágil, exigindo condições excepcionais de fossilização.

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Os ofiuroides coletados em amostras do Paraná, na região de Ponta Grossa, são os primeiros a registrarem restos de vísceras carbonificadas, que resultam em uma película escura, rica em carbono, sobre os fósseis. Dessa forma, é possível conhecer em detalhes a anatomia das espécies Encrinaster pontis e Marginix notatus, já extintas.

A preservação por carbonificação não havia sido registrada até agora em nenhum fóssil de equinodermo. O mais comum é que apenas as partes duras, como espinhos e ossículos, do esqueleto desses animais sejam preservados como fósseis. As partes moles (vísceras) costumam se decompor rápido demais para fossilizar sob condições ambientais normais.

Apenas alguns lugares do mundo registram fósseis com traços de partes moles, indicando antigos ambientes com condições bastante exóticas, que permitiram a fossilização de restos orgânicos de certos organismos. O pesquisador responsável pela descoberta, Malton Carvalho Fraga, explica que tais locais são conhecidos como “Konservat-Lagerstätte” — termo alemão para designar depósitos com fósseis em excepcional condição de preservação.

A pesquisa propõe o uso do termo Ponta Grossa Konservat-Lagerstätte para referências às rochas do Paraná ricas em ofiuroides bem preservados, além do bom potencial de preservação de outros grupos fósseis associados.

“Além da ótima qualidade de preservação, alguns desses ofiuroides também registram evidências de predação, algo muito raro, mas que nos dá a oportunidade de entender mais sobre os predadores desses animais ao longo da história do planeta”, destaca Malton.

A descoberta está registrada no artigo Preservation models of ophiuroids in epicontinental basins: Examples from a new Devonian echinoderm Lagerstätte from Brazil, publicado na revista científica internacional Journal of South American Earth Sciences.

Os resultados renderam uma premiação da Paleontological Society dos Estados Unidos em 2022, além do prêmio de melhor apresentação no evento mundial 4th Palaeontological Virtual Congress em 2023.

Com o uso de alta tecnologia para as análises, envolvendo tomografia computadorizada e microscopia eletrônica de varredura, os estudos indicam que os ofiuroides prosperaram em diferentes fundos marinhos, embora tenham sido preservados principalmente em regiões mais próximas da foz de rios, onde esses animais são anestesiados e soterrados por sedimentos ricos em água doce.

As amostras estudadas foram disponibilizadas por quatro coleções paleontológicas: Laboratório de Paleontologia (Labpaleo) da Universidade Federal do Paraná; Museu de Paleo e Geologia da Universidade de Guarulhos; Centro de Pesquisa Paleontológica da Universidade do Contestado e Museu Geológico de São Paulo do Instituto Geológico de São Paulo.

Informações na íntegra: Universidade Federal do Paraná.

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