Acusada de homicídio, ex-apresentadora de TV é inocentada em PG | aRede
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Acusada de homicídio, ex-apresentadora de TV é inocentada em PG

Tuane Ribeiro, que havia sido apontada como principal suspeita da morte da transexual Gaby Scheifer, teve decisão favorável após júri popular

VÍDEO
Veja o momento em que Tuane recebe a notícia da absolvição | Autor: Arquivo Pessoal

Sebastião Neto

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Cinco anos após a morte da transexual Gaby Scheifer, ocorrida em junho de 2018, um julgamento no Fórum de Ponta Grossa decidiu que a principal suspeita do crime - segundo as investigações da Polícia Civil - é inocente: trata-se da ex-apresentadora de TV e também transexual Tuane Ribeiro, que foi julgada e inocentada após sessão realizada na última terça-feira (22). A apresentadora, inclusive, chegou a ficar presa durante o andamento das investigações.

Clique no player acima e veja o momento em que Tuane recebe a notícia de que foi inocentada, celebrando com os advogados, a mãe e amigos que estavam acompanhando a transexual no júri.

“Temos que ter uma sociedade justa, temos família. Imagina a dor de uma mãe de um pai perder um filho assassinado e de colocarem um inocente sentado no banco dos réus, enquanto o verdadeiro bandido está solto podendo fazer outra vítima. A gente teme pela nossa vida, quero só viver tranquila, poder viver em paz como ser humano", disse Tuane, emocionada, após a definição do júri popular.

Quem também falou após a decisão dos jurados foi o advogado Igor Ogar, responsável pela defesa da acusada e que não poupou críticas à condução das investigações. "Não havia provas para condenar a nossa cliente, ela foi perseguida pela Polícia com o intuito de condená-la por conta de representar uma minoria e também pelos antecedentes criminais", destacou Ogar, que ainda reforçou a inocência de Tuane no caso e ressaltou que a investigação não teria realizado todas as diligências necessárias.

O crime

Gaby Scheifer, na época com 19 anos, foi atropelada após levar três tiros enquanto estava nas margens da PRC-373, trecho urbano da PR-151 em Ponta Grossa. Logo após o crime, a Polícia teria informado que Tuane era a principal suspeita pelo fato de testemunhas informarem que, horas antes de Gaby ser encontrada morta às margens da rodovia, a ex-apresentadora havia sido vista forçando a vítima a entrar em seu carro.

Na perícia, o Instituto Médico Legal (IML) teria constatado que, além dos ferimentos do atropelamento, o corpo possuía um tiro no rosto, um no braço e outro nos dedos. A suspeita, durante o início dos trabalhos policiais, é que Gaby tenha corrido do atirador e, ao tentar cruzar a rodovia, foi atropelada. Entrevistada pelo Portal aRede dias após o crime, Tuane já acreditava em perseguição da Polícia por possuir um pensionato que abriga, em sua maioria, transexuais que trabalham com prostituição no centro da cidade.

“Tem muita opressão da sociedade pelo fato de elas trabalharem naquela região do cemitério, a opressão é muito grande. Acontece que toda essa opressão vem em cima de mim porque eu tenho esse pensionato aberto”, disse.

Posicionamento do MP

Em nota ao Portal aRede, o Ministério Público destacou que "no caso, propugnou pela absolvição da acusada, visto "não existir prova suficiente para a condenação" (CPP, art. 386, VII). Embora fartos os elementos colhidos em sede de inquérito policial, na fase de instrução as testemunhas sigilosas - que assim prestaram relatos por temerem represálias da suposta autora do crime - não foram localizadas em sua maioria, enfraquecendo o arcabouço probatório. Enfatizou o Promotor de Justiça, ainda, que a imputação do crime a Tuane não guardou nenhuma relação com o gênero ou o fato de integrar a comunidade LGBTQIAP+, mas, sim, a presença de indícios de seu envolvimento no delito, não confirmados, porém, em contraditório judicial".

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