UEPG promove ações na 8ª Semana de enfrentamento à violência
Cursos de Serviço Social e Direito participaram de mobilizações, palestras e capacitações, em parceria com Conselho Municipal
Publicado: 19/05/2023, 13:07
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) é aliada na luta pela proteção de crianças e adolescentes. Para marcar o 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual, a instituição organizou a 8ª Semana de Enfrentamento às Violências. O evento aconteceu por meio do Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assessoria sobre Infância e Adolescência (Nepia) e Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Adolescência (Neddij) e reuniu estudantes e professores do curso, pesquisadores e entidades do poder público.
Durante a Semana, os cursos de Serviço Social e Direito participaram de mobilizações, palestras e capacitações, em parceria com Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. “Há oito anos trabalhamos pela maior mobilização do poder público e neste ano conseguimos que eles assumissem parte das atividades, então avalio que este evento foi muito positivo”, ressalta Cleide Lavoratti, coordenadora do Nepia e Neddij. Para a professora, é de fundamental importância o contato com a população para a formação cidadã. “Este tema é um assunto complexo, é necessário ter debate sobre formas de atendimento e políticas públicas, para não revitimizar a criança e o adolescente, então essa campanha é um momento de mobilização e sensibilização, levando os canais de denúncia. Que o ano todo estejamos debatendo e criando políticas para essa população”, destaca.
Contribuição e formação
Os alunos do curso de Serviço Social têm grande proximidade com a temática, tanto em sala de aula, quanto em projetos de extensão, como o Nepia, informa a professora Danuta Luiz. “É um pressuposto pedagógico: oportunizar aos alunos a prática. Estar na rua faz parte do aprendizado de formação e com certeza eles levam isso para si depois de formados'”. A extensão é papel preponderante da UEPG. “Estamos na oitava Semana, oficialmente, e destaco essa função em estar na rua, mobilizando, mais próximos da população, saindo dos muros, este é o papel da extensão e do Nepia”, completa.
Durante a Semana, 300 agentes comunitários de saúde participaram de palestras para identificar sinais de violência em crianças e adolescentes e acolher a revelação espontânea das vítimas. “É muito importante que os agentes se unam pelo enfrentamento às violências, e o curso de Serviço Social atua há muito tempo com a temática, que é difícil de ser enfrentada e que precisa de cada vez mais pessoas comprometidas com a causa”, enfatiza a professora Lenir Mainardes. A Universidade tem o papel de sensibilizar e capacitar junto aos agentes, que estão próximos às famílias, segundo Lenir. “Queremos ver, ao longo dos anos, a redução de indicadores, com criação de canais de notificações e capacitações. Torcemos para que esses números diminuam, sempre com o curso de Serviço Social comprometido na luta”.
"É um pressuposto pedagógico: oportunizar aos alunos a prática. Estar na rua faz parte do aprendizado de formação e com certeza eles levam isso para si depois de formados"
A acadêmica do 4º ano de Serviço Social, Emily Sartori, sabe o valor de estar em contato com a comunidade ainda na graduação. “É a primeira vez que participo da campanha de enfrentamento e vejo a importância de sensibilizar a população sobre este tema”, conta. Para a acadêmica, a Semana faz com que pessoas busquem canais de denúncia e saibam reconhecer sinais de violência. “Como futura assistente social, é de extrema relevância fazer parte da campanha ainda durante o curso”.
Políticas
A chefe do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, professora Sandra Scheffer, destaca que o curso de Serviço Social sempre teve papel fundamental no enfrentamento das violências. “Além da Semana, alunos e professores também estão comprometidos com outras ações que ocorrem durante o ano, como engajamento com o poder público e formação de políticas. Precisamos ter perseverança para que esses indicadores de violência sejam alterados”, salienta.
O 18 de maio foi instituído em 2000 pelo projeto de Lei 9970/00, em alusão ao assassinato da menina Araceli, que foi morta no mesmo dia, em 1973, em Vitória, Espírito Santo. O crime permanece impune até os dias atuais. A advogada Luana Santos Fonseca, membro do Nepia, avalia que, sensibilizar pela prevenção também auxilia na divulgação dos canais de denúncia, para futuras ações jurídicas. “Existem muitos casos próximos da gente e precisamos ficar sempre de olho, o evento é essencial para que a população tenha consciência e coragem para prestar essas denúncias”, completa.
Abusos e violências contra crianças e adolescentes podem ser denunciados por qualquer pessoa pelo Disque-100 e Disque-180, em todo o Brasil.
Com informações da assessoria da UEPG