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Enterro em caixão de papelão revolta família em PG

Além do caixão ser de papelão, familiares afirmam que o corpo não foi lavado e a roupa não foi trocada pela equipe da funerária.

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| Autor:

Igor Rosa

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Além do caixão ser de papelão, familiares afirmam que o corpo não foi lavado e a roupa não foi trocada pela equipe da funerária.

Um jovem de 20 anos foi velado e sepultado em um caixão de papelão em Ponta Grossa. O caso foi registrado neste domingo (08) e a situação causou revolta entre os familiares. Michael David da Silva Soares, de 20 anos, morreu em casa em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Além do material precário utilizado no velório, a família afirma que o corpo não recebeu cuidados básicos de higiene por parte da funerária responsável. 

Por falta de dinheiro, a família de Michael precisou optar pelo velório gratuito, fornecido pela Prefeitura de Ponta Grossa. "Eu não imaginava que eles iam colocar meu filho dentro de um caixão de papelão. Quando eu cheguei lá no Serviço Funerário eles me deram duas opções, o velório particular, que custaria mais ou menos R$3 mil, ou o caixão da Prefeitura. Se eu soubesse que seriam nestas condições, eu ia atrás para dar uma despedida digna para ele", desabafou Edicleia Lopes da Silva, mãe do rapaz. 

Edicleia afirma ter se sentido humilhada por conta da situação. "Não é porque somos pobres que temos que ser tratados como animais. Me senti humilhada em enterrar meu filho desta forma", lamentou aos prantos. 

Terezinha é avó de Michael. Emocionada, ela relatou sentir um misto de revolta e tristeza pela perda do neto. "O caixão era de papelão. Eu nem tinha prestado atenção, depois, quando comecei olhar bem, que eu vi. Não tinha nenhuma flor, nem um véu. Nem deram banho no coitado, foi com a mesma roupa que morreu dentro de casa. Foi levado roupa, eles que não quiseram trocar", conta. "Eu fiquei muito triste, muito revoltada, onde já se viu? Eu nunca tinha visto isso. Estou falando aqui pra que não façam mais isso com ninguém, é muito humilhação, só porque a pessoa é pobre?", concluiu Terezinha.  

Na internet, ponta-grossenses se solidarizaram com os familiares e pediram um posicionamento da Prefeitura. "Que dor desta família. Em um momento tão doloroso, ainda fazerem assim", escreveu uma internauta. Não preparar o corpo e colocá-lo neste tipo de caixão é uma covardia", publicou uma outra pessoa. 

O que dizem os envolvidos

A reportagem do Portal aRede tentou contato com a funerária responsável pela situação, porém não obteve êxito. 

A Prefeitura de Ponta Grossa, em nota ao Portal aRede, comentou sobre o caso. Leia na íntegra:

A Prefeitura de Ponta Grossa esclarece que, com relação ao serviço funerário, cabe a Prefeitura a fiscalização dos serviços prestados pelas permissionárias, conforme disposto na lei nº 10.410/2010 e decreto nº 9949/2015.

Esta legislação estabelece que: "para o caso de funeral gratuito, previstos para pessoa carente, assim considerada aquela cadastrada no CADUNICO, este consistirá em uma urna simples, resistente sextavada, sem verniz, 06 (seis) alças duras, caixa forrada com samilon ou plástico, e 04 (quatro) chavetas (Redação do decreto nº 9949 - art. 7º).

Sobre o ocorrido neste final de semana, o Departamento de Serviço Funerário, vinculado a Secretaria de Meio Ambiente, notificou nesta manhã a funerária permissionária responsável pelo atendimento para que preste informações sobre o referido funeral e esclareça se houve cumprimento das determinações na legislação pertinente. Em caso de irregularidade, ficará passível de multa prevista na legislação e suspensão da permissão. 

Quem presta o serviço são as funerárias permissionárias para este tipo de atendimento em Ponta Grossa. Neste caso, cabe a Prefeitura realizar fiscalização dos serviços prestados. O decreto mencionado define sobre os serviços gratuitos:

Parágrafo único. Para a realização de funerais para pessoas carentes, as permissionárias fornecerão obrigatoriamente os seguintes serviços gratuitos.

I - remover o corpo do local de falecimento, desde que não seja em decorrência de morte violenta,

II - vestir o corpo, higienização básica exigente.

III - Invólucro (gratuito) em situações referentes a pessoas pobres de maior vulnerabilidade, inseridos no CADUNICO, aferido em programa de consulta no DSFC, com ressarcimento efetivado pela FASPG.

IV - transportar o corpo para o local determinado pela família para velório,

V - realizar o transporte do corpo até o cemitério determinado, dentro dos limites do município. 

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