Protesto em PG vai discutir a violência contra a mulher
Evento acontece no próximo domingo (30) no Parque Ambiental
Publicado: 28/07/2017, 15:47

Intitulado de “O Silêncio Mata!”, acontece em Ponta Grossa, no domingo (30), um protesto contra a violência praticada contra a mulher na cidade. O evento terá início às 16 horas, no Parque Ambiental. Os organizadores reforçam que a situação vem se mostrando insustentável no município com pelo menos três casos registrados em menos de uma semana.
Um deles foi a morte de Juliana Silveira Nunes, na quinta-feira (27). A vítima era natural de Manaus (AM). O corpo da mulher de 33 anos de idade foi encontrado em um bar e petiscaria em que ela e o namorado, principal suspeito do crime, eram sócios, na Rua Rio de Janeiro, na Nova Rússia. Ela foi espancada com um taco de basebol e posteriormente asfixiada com uma corda. Anderson Barboza foi preso no mesmo dia tentando entrar no Paraguai. Na quarta-feira (26) passada, uma moradora de rua teria sido abusada sexualmente por pelo menos três homens em um terreno baldio perto da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), campus Central. A vítima precisou de atendimento médico. Ninguém foi preso.
Para a psicóloga, Camila da Silva, mobilizações como a que está agendada são de extrema importância para que o assunto venha à tona. “A violência contra a mulher é mais comum do que se imagina”, afirma. “Ainda que existam leis mais rigorosas e políticas públicas mais atuantes, a cultura do machismo persiste. Está perpetuada dentro da nossa cultura. As mulheres precisam ser respeitadas e ter a liberdade, não pela roupa que usam ou pelo local que frequentam, mas sim pelo seu gênero”, defende.
O Paraná registra 62 casos de violência física ou moral contra a mulher por dia. Pelo menos é o que mostra um levantamento feito pelo Bem Paraná com base nas informações de fatos noticiados ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ponta Grossa figura como o segundo município no Estado em número de ocorrências dessa natureza. Dados nacionais mostram que o problema é ainda maior. O país possui 497 Delegacias da Mulher – isso é menos de 10% do número de municípios brasileiros.
Dados alarmantes suscitam políticas públicas efetivas
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, apontou que o Paraná reduziu em 30,2% a taxa de homicídio de mulheres, de 2010 a 2015. Os dados estão no Atlas da Violência 2017. O Estado faz parte do Pacto Nacional para Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, renovado pelo Governo do Estado em 2013. Outras conquistas importantes que ajudaram a fortalecer a rede de proteção às mulheres nos últimos anos foram a regulamentação do Conselho Estadual da Mulher (2013) e a aprovação do Plano Estadual de Políticas para as Mulheres (2015).