Aliel rechaça aprovação da reforma trabalhista
Segundo o deputado, 40% dos parlamentares se dizem empresário e defendem o próprio interesse
Publicado: 27/04/2017, 16:59
Segundo o deputado, 40% dos parlamentares se dizem empresários e defendem o próprio interesse
O deputado Federal Aliel Machado (Rede) fez duras críticas
referente a aprovação do Projeto de Lei 6786/16, da Reforma Trabalhista,
aprovada na madrugada desta quinta-feira, 27, na Câmara dos Deputados.
Aliel rechaçou a mudança nos cerca de 100 artigos da CLT que prejudicam o
trabalhador.
Para Aliel, a lei é nociva e retira direitos importantes que
irão afetar a maioria dos brasileiros. “O Governo Temer e seus aliados
apressaram o quanto puderam a votação deste projeto para que a população não se
mobilizasse. Para isso fizeram uma manobra na Câmara, votando duas vezes o
regime de urgência e negociando cargos com a base para a aprovação. Por isso eu
dizia lá atrás que teríamos que ter uma nova eleição e que este Governo viria
para prejudicar quem mais precisa”, lembrou ele.
Durante a sessão, o parlamentar usou as redes sociais para
alertar a população sobre o que estava acontecendo no plenário. Aliel conversou
ao vivo com o juiz do Trabalho de Porto Alegre, Dr. Luiz Colussi. Para o
magistrado, ao contrário do que dizia o Governo, o projeto retira direitos. “A
situação é grave e muito séria. O projeto de fato retira direitos. Inverte a
ordem de proteção dos trabalhadores e passa a proteger a empresa. A nossa
defesa aqui é da constituição, dos direitos sociais”, alertou o juiz durante
sua fala.
Com a lei aprovada na Câmara, o trabalhador fica mais frágil
na relação de negociação com o patrão. A partir de agora, passará a valer o
negociado sobre o legislado, ou seja, sob pressão, e agora mais fragilizados, o
trabalhador poderá fechar acordos que não estão previstos em lei. O tempo de
descanso na jornada passa para apenas meia hora. A jornada também poderá ser
aumentada para até 12 horas por dia e as férias poderão ser dividas em três
partes, de acordo com o interesse da empresa.
De acordo com Aliel, mudanças na legislação brasileira podem
ser revistas, desde que haja amplo diálogo com a sociedade e feita por um governo
legítimo, que represente os anseios da população. O que não ocorre no momento.
“Este governo não foi eleito, está afundando em denúncias de corrupção, com
Ministros investigados e até mesmo o presidente delatado. Na Câmara, mais de
40% dos deputados se dizem empresários, que estão lá pra defender os próprios
interesses. Por isso precisamos lutar para não deixar que coisas como esta
aconteçam”, finalizou.
As informações
são de Jair Marques da assessoria de imprensa.