‘Better Call Saul’ atinge nível de ‘Breaking Bad’ | aRede
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‘Better Call Saul’ atinge nível de ‘Breaking Bad’

Fica mais claro na sexta e última temporada de ‘Better Call Saul’ sua proximidades técnicas e artísticas com sua antecessora, sendo uma experiência sensorial e visual

O derivado de ‘Breaking Bad’ se consolidou entre a crítica como exemplo de longa narrativa e estudo de personagem, sendo hoje, no mínimo, do mesmo nível que a original
O derivado de ‘Breaking Bad’ se consolidou entre a crítica como exemplo de longa narrativa e estudo de personagem, sendo hoje, no mínimo, do mesmo nível que a original -

Da Redação

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Quando a crítica passou a analisar o período da TV a cabo americana pós ’Família Soprano’ como o “ápice da teledramaturgia”, muito se falou sobre as similaridades entre as séries longas, de seis a dez temporadas, e os romances. ‘Better Call Saul’ é um dos últimos grandes exemplos desse movimento, hoje minado pelo interesse do streaming em narrativas mais curtas. ‘Better Call Saul’ funciona bem demais com episódios semanais - forma de lançamento que a Netflix teve que aceitar, já que a série passa primeiro na AMC dos EUA semanalmente - porque é formatada para a narrativa longa.

Na comparação, fica claro que ‘Breaking Bad’ se organiza de forma muito mais improvisada e imediatista, queimando entregas emocionais antes da hora e tendo que lidar depois com o arrasto dessas entregas. Duas lições aprendidas em ‘Better Call Saul’: Kim (Rhea Seehorn) se desenvolve como coprotagonista e anti-heroína para não ser antagonizada pelo público como foi Skyler (Anna Gunn); e a morte violenta que engatilha arrependimentos e conclusões de arco em ‘Better Call Saul’ só acontece no sétimo episódio da sexta temporada, ao contrário da morte de Jane (Krysten Ritter) em ‘Breaking Bad’, ocorrida no ano dois e que faz de Jesse (Aaron Paul) um zumbi até o fim da série. 

A FÓRMULA

Assim como ‘Breaking Bad’, ‘Better Call Saul’ também é um conto moral de anti-heróis que se pauta pelo crime>castigo>redenção, mas executa essa fórmula - que afinal já vinha consagrada no “ápice da TV” desde Família Soprano - de um jeito mais sofisticado. A série escolhe o fogo baixo, prescinde de uma sucessão aumentada de eventos e ameaças, com a crença de que esse prelúdio tem estofo para aguentar seis anos de estudo de personagem.

O finale fala de ressentimento e remorso e sobe no púlpito do tribunal, diante do microfone, para fazer seu texto se amplificar. Nesse momento, a série não tem receio de transformar no texto essa ideia do remorso que em muitos momentos ficou no subtexto. Talvez o faça, enfim, por saber que o texto em si merece a tribuna por seu brilhantismo.

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