Urbe
A arte de fazer brilhar os olhos
Daniel Petroski | 13 de dezembro de 2015 - 04:30

Talento herdado de família, tendo o seu pai como precursor, Antoninho Gawronski já atua como ourives há 45 anos.
São anéis, brincos, gargantilhas e pulseiras que saltam aos olhos devido à riqueza de detalhes
No dicionário a palavra ourives significa aquele que faz, executa ou vende objetos de ouro e prata. Porém, ao conhecer a história do ponta-grossense Antoninho Gawronski, certamente podemos considerá-lo um artista, pois através da criação de joias delicadas ele atribui um valor não apenas monetário as peças, mas também artístico. São anéis, brincos, gargantilhas e pulseiras que saltam aos olhos devido à riqueza de detalhes.
Talento herdado de família, tendo o seu pai como precursor, Antoninho já atua como ourives há 45 anos. “Lembro que quando eu tinha dez anos comecei a rodear meu pai. Dividia meu tempo entre as brincadeiras de criança e a estada na oficina onde ele trabalhava e que até hoje eu trabalho”, comenta o ourives.
Com a morte do pai e de um irmão que também trabalhava junto, Antoninho até pensou em parar. Só pensou. “Resolvi seguir com essa profissão pelo fato de que ela está se acabando. Por exemplo, ninguém mais da minha família decidiu seguir esse caminho”, desabafa.
Sem disputar mercado com as grandes lojas da cidade e tentando se manter em meio a proliferação do comércio de semi joias, a rotina de Antoninho é solitária e, em alguns momentos, embalada por um “radinho”. “Às vezes eu tenho que desligá-lo. As peças são tão pequenas que precisam de concentração total para serem feitas. É necessário modelar, soldar, fundir, medir, derreter o ouro, enfim, um trabalho que exige paciência ”, justifica.
Além da técnica, Antoninho explica que a honestidade é fundamental para o sucesso de um ourives. “Sempre trabalhei com o ouro 18 quilates. Trabalhar com ouros de numeração mais baixa é complicado, principalmente por conta da solda. Outro diferencial é a cor. Ao término da peça, depois do polimento, a coloração não fica avermelhada, tendo maior aceitação de mercado”, completa.
Ourives reconhece todas as peças produzidas
Questionado sobre o que sente ao finalizar um trabalho, Antoninho Gawronski se diz orgulhoso. “É uma emoção grande quando a pessoa pega a peça e percebe que está do jeito que ela queria, com acabamento perfeito”, relata. Em média, cada joia necessita de dois dias para ser finalizada. E para quem pensa que o trabalho termina quando o cliente leva a peça embora, está muito enganado.
“Eu bato olho por onde eu passo e sei que aquela joia foi feita por mim”, finaliza o ourives.






