Dinheiro
Municípios da região geram R$ 29,3 bilhões em riquezas no campo
Esse montante representa 15,6% da produção agropecuária estadual, que alcançou o valor de R$ 188 bilhões em 2024
Fernando Rogala | 25 de junho de 2025 - 06:59

Quase R$ 30 bilhões. Essa foi a riqueza gerada no campo junto aos municípios da região no decorrer do ano de 2024, segundo os dados prévios do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Esse montante representa 15,6% da produção agropecuária estadual, que alcançou o valor de R$ 188 bilhões em 2024, conforme o relatório divulgado pela SEAB.
Os números em âmbito estadual mostram que no decorrer de safra colhida em 2024 (a de verão se refere à de 2023/24) e da produção agropecuária do ano passado, o VBP apresentou uma retração nominal de 5%, ao retrair quase R$ 10 bilhões – em 2023, esse montante no Estado foi de R$ 198 bilhões. O VBP detalha toda a produção do agronegócio nos municípios, o que inclui a produção agrícola, pecuária e silvicultura.
Na região dos Campos Gerais e Centro-Sul do Paraná, os municípios seguiram a média estadual. Um levantamento feito pelo Portal aRede junto a esses municípios, incluindo Campo Largo e Guarapuava, que são de abrangência direta do Portal aRede, o VBP alcançado em 2024 foi de R$ 29,35 bilhões. Esse valor foi 5% inferior aos R$ 30,9 bilhões registrados com a soma do VBP de 2023 dessas cidades.
Essa queda em âmbito estadual e regional aconteceu devido ao clima, que trouxe perdas na produção agrícola. “A safra 23/24 foi marcada por fortes adversidades climáticas, especialmente a seca, que impactou significativamente as lavouras paranaenses. Soja, milho e trigo — principais culturas do estado — registraram perdas de produtividade”, detalha o documento da SEAB assinado pela economista Larissa Nahirny Alves.
A soja, que é o produto que mais gera riquezas no VBP foi diretamente afetada por essas condições climáticas e por uma redução no seu preço, trazendo redução no seu valor, na comparação com o ano anterior. “A produção recuou 16%, totalizando 18,8 milhões de toneladas, impactada pela seca que comprometeu a produtividade. O preço médio da saca também caiu, passando de R$ 130,99 para R$ 117,99. Como resultado, o VBP da principal cultura paranaense somou R$ 36,9 bilhões, redução de 25% em relação ao ano anterior”, completa a economista Larissa Nahirny Alves no documento da SEAB.
Entre os 32 municípios da regional, nove apresentaram crescimento no VBP e outros 23 tiveram retração em 2024. Os que mais cresceram foram Guamiranga (R$ 43,3 milhões, com alta de 14,4%), Inácio Martins (R$ 41,9 milhões, em incremento de 9,5%) e Telêmaco Borba (R$ 31,9 milhões, com alta de 6,6%). As maiores baixas em valores foram de Castro (R$ 287 milhões) e Ortigueira (R$ 211 milhões), enquanto que em percentual, a maior queda foi de Curiúva (22,7%).
Castro é líder na região e destaque no Paraná
Entre os municípios da região, o ‘top 5’ permaneceu o mesmo em relação ao ano anterior. Castro segue na liderança, com um valor de R$ 3,62 bilhões gerados no decorrer de 2024. Contudo, por R$ 12 milhões, Castro perdeu a vice-liderança estadual para Cascavel, que encerrou 2024 com um VBP de R$ 3,63 bilhões – a liderança segue com Toledo, que alcançou um VBP de R$ 4,76 bilhões. Guarapuava segue na segunda posição, seguida de perto por Carambeí, ambas com R$ 2,3 bilhões gerados. Também alcançaram um VBP bilionário os municípios de Tibagi, Piraí do Sul, Arapoti, Prudentópolis, Palmeira e Ponta Grossa.