Editorial
Fim das concessões agrava o problema do desemprego
Da Redação | 25 de novembro de 2021 - 02:20
Os números mostram o tamanho do problema social que o Paraná terá que enfrentar por conta do fim dos contratos de concessões, neste fim de semana. Um batalhão de trabalhadores perderá o emprego. Somente a Rodonorte e a Caminhos do Paraná vão desligar 4,3 mil pessoas.
O Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no
Ramo de Rodovias e Estradas em Geral no Estado do Paraná (Sindecrep-PR) estima
que cerca de 5 mil famílias serão atingidas pelo fim do contrato de concessão
das rodovias no Estado. Destas, 2.200 são de trabalhadores diretos. O
restante é de funcionários que prestam serviços nas rodovias, como de limpeza,
duplicação, manutenção e roçagem.
Beira o desastre social. Essas pessoas perdem o vínculo
empregatício num momento extremamente ruim da economia, com desemprego em alta
e inflação acima de dois dígitos. Todo o estoque de emprego recuperado nos últimos
meses, no Paraná, será perdido em menos de 48 horas, a partir do término do
pedágio.
Somente por parte da RodoNorte, por exemplo, são 670
colaboradores diretos, sendo a maior parte deles alocados em Ponta Grossa.
Porém, esse valor é multiplicado quando se falam nos indiretos que a empresa
movimenta: são cerca de 2,5 mil vagas geradas pelas obras de duplicação,
manutenção e conservação das rodovias. Segundo a CCR RodoNorte informou ao
Jornal da Manhã e Portal aRede, todos os colaboradores diretos serão
desligados, da mesma forma que os contratos com empresas terceirizadas,
vinculadas as vagas indiretas, serão encerrados. Assim, o término das
concessões resultará em quase de 3,2 mil colaboradores impactados – e isso sem
falar em toda a cadeia econômica movimentada pela concessão, como aquisição de
combustíveis, empresas de alimentação, fornecedores de materiais, entre outros.
Se o fim do contrato de exploração das rodovias federais
paranaenses, após 24 anos, significa caminho aberto para os condutores, para
2,5 mil paranaenses que vivem nas regiões Norte, Noroeste e Oeste, a extinção
temporária do pedágio simboliza uma porta de emprego ou de prestação de serviço
que se fecha.
Não existe, até o momento, uma sinalização do governo
estadual em propor um pacote de ajuda para essas famílias. Observa-se, apenas,
uma mobilização para a contratação de empresas que farão a conservação do Anel
de Integração pelo período de desativação do pedágio.