Editorial
Atenção com as crianças
Da Redação | 20 de maio de 2020 - 02:05
Uma importante manifestação do Ministério Público do Paraná,
sobre a decretação
do isolamento social como medida necessária para reduzir a contaminação pela
Covid-19, trouxe reflexos indesejados e preocupações extras, como a maior
exposição de crianças e adolescentes ao risco de sofrerem com o abuso e a
exploração sexual. Segundo entendimento do MP, o temor existe porque as
estatísticas demonstram que a maior parte dos casos ocorre no ambiente
doméstico, e pais, mães, padrastos e outros parentes são responsáveis por 70%
das violações.
Segundo números do Disque 181 (serviço da Secretaria Estadual da Segurança Pública que recebe denúncias de casos de violência no Paraná), houve queda de 37,7% nos comunicados de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes entre os dias 16 de março e 15 de abril deste ano (período em que muita gente já havia aderido à quarentena) e o mesmo período do ano passado. Neste ano, ocorreram 129 registros de violência contra crianças e adolescentes, sendo 25 de abandono, 28 de abuso/exploração sexual e 76 de agressão, enquanto no mesmo período do ano passado foram 144 queixas, sendo 25 de abandono, 45 de abuso/exploração sexual e 74 de agressão.
É salutar reforçar as palavras da promotora Luciana Linero, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar os direitos de crianças e adolescentes, bem como colocá-los a salvo de qualquer forma de violência. As comunicações de possíveis abusos podem ser feitas de modo anônimo, mas precisam ser o mais detalhadas possível para possibilitar a identificação da vítima e o atendimento pela rede de proteção.
Neste cenário, em parceria com a Força Tarefa Infância Segura (Fortis), neste mês de maio, o MPPR está desenvolvendo uma série de iniciativas para alertar a população sobre a importância de comunicar à rede de proteção qualquer suspeita de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. As ações integram o Maio Laranja, mês destinado ao enfrentamento da violência sexual contra o público infanto-juvenil.