Dinheiro
Empreendedores adaptam negócios para obterem renda
Fernando Rogala | 02 de abril de 2020 - 00:53

MEI que fazia espetinhos em frente a uma faculdade, usa redes sociais, vende e entrega no próprio bairro para garantir renda
Buscar alternativas
para minimizar a crise ocasionada pelo Coronavírus tem sido a principal tarefa
de muitos empreendedores que tiveram que suspender suas atividades durante o
período de quarentena, estipulado pelo governo. Muitos têm recorrido às redes
sociais para fomentar as vendas, conquistar novos clientes e, com isso,
garantir a renda familiar.
Em Ponta Grossa, na
região dos Campos Gerais, no grupo Comunidade Jardim Gianna, no whatsapp, os
moradores, na maioria empreendedores, compartilham suas dores e fomentam
discussões sobre a importância de fortalecer o comércio do bairro e de adquirir
produtos e serviços oferecidos na vizinhança.
O microempreendedor
individual, André Henrique Kraushaar, teve que adaptar seu modelo de negócio.
Antes da pandemia, ele comercializava, em média, 150 espetos assados por noite,
em frente a uma instituição de ensino superior da cidade. Agora, com o decreto
que terminou o fechamento do comércio e a suspensão de aulas, a alternativa foi
oferecer, via whatsapp, espetos montados e crus para os clientes assarem em
casa.
“A crise tem o lado
positivo e o negativo. O positivo é que eu consegui enxergar um novo jeito de
vender meu produto. Por outro lado, fico apreensivo por não saber quando tempo
isso pode levar”, comenta. Segundo ele, as
ferramentas digitais têm sido fundamentais neste momento.
“A aceitação do
produto tem sido muito boa, as pessoas elogiam e ajudam a divulgar. Estou tendo
a oportunidade de levar o nome da minha empresa, a Faculdade do Espeto, para
diversos pontos da cidade, porque o marketing boca a boca ajuda muito. Além
disso, apesar do meu lucro ser inferior, eu consigo obter uma renda”,
considera.
A doceira Mayara
Caroline Becker Maciel também se agarrou às redes sociais para driblar a crise.
É por meio delas que ela divulga fotos dos doces e salgados que produz em casa.
Responsável por 80% da renda familiar, ela conta que somente na primeira semana
de isolamento social teve três eventos cancelados e, na semana seguinte, mais
dois.
“Se antes eu fazia
500 doces por festas, agora eu vendo porções fracionadas de 50 unidades.
Comecei também a fazer salgados para as pessoas fritarem ou assarem em casa. Como
cortesia, não cobro o frete para entrega a domicílio”, diz. Segundo ela, o
whatsapp é uma ferramenta importante para divulgar sua atividade. “Tenho
aproveitado os grupos para vender, já que o ramo de festas é um dos mais
atingidos”, comenta.
O consultor do
Sebrae/PR, Agenor Felipe, reforça que a criatividade é importante neste
momento, mas que é preciso observar o comportamento de consumo dos clientes,
que mudam diante da crise. “É preciso agir de forma criativa, utilizar as redes
sociais de forma organizada e, se possível, personalizar o produto ou serviço”,
explica.
Apesar das
facilidades que a internet oferece, o consultor frisa que as ações precisam ser
planejadas de forma profissional, visando o público-alvo. “Há um grande volume
de ofertas e promoções sendo geradas neste momento. É preciso que o empresário
esteja atento e aja de forma planejada”, comenta o consultor.
Atendimento Sebrae/PR
Desde que as medidas
oficiais previstas para combater a pandemia do Coronavírus foram anunciadas, o
Sebrae/PR promove uma
força-tarefa para atender, digitalmente e sem custos, empreendedores de micro e
pequenas empresas em todo estado. O contato pode ser feito pelo portal do Sebrae/PR. Nele é
possível acessar canais como WhatsApp, 0800 570 0800 e telefones regionais,
onde o empresário tem acesso orientações, consultorias, exemplos de
empreendedores que encontraram soluções inovadoras no momento de crise, além de
cursos online com conteúdos diversos.
As informações são da assessoria de imprensa