Dinheiro
Cargill deverá atrair R$ 1,2 bi em investimentos
Fernando Rogala | 04 de novembro de 2017 - 04:02

A multinacional Cargill está avançando com os processos para
materializar seu complexo industrial no município de Castro, na região dos
Campos Gerais. Inaugurada no primeiro trimestre de 2014, a biorrefinaria, que
faz o processamento de milho, foi projetada para abastecer outras empresas, que
poderão se instalar no seu parque fabril. A Cargill investiu mais de R$ 500
milhões para a construção da unidade, a qual já abastece a Evonik, primeira
empresa ‘satélite’ a se instalar no entorno, que aplicou mais de R$ 300 milhões
para a produção de Biolys (fonte do aminoácido L-lisina). Contudo, a Cargill
espera receber mais seis empresas, as quais poderão aplicar, somadas, cerca de
R$ 1,2 bilhão para a construção de suas plantas, consolidando um complexo
industrial de R$ 2 bilhões, empregando mais de 1,2 mil pessoas diretamente.
O processo de desenvolvimento desse parque fabril, que funcionará
como uma espécie de ‘condomínio industrial’, atualmente está em fase de
licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental já foi protocolado no
Instituto Ambiental do Paraná e uma audiência pública já foi realizada em
Castro, tudo para obter a Licença Prévia. O modelo seria semelhante a outros
exemplos realizados pela Cargill em seu país-sede, os Estados Unidos, onde há
complexos industriais nas cidades de Blair, Eddyville e Ft. Dodge. Conforme
observado na América do Norte, esse modelo conhecido como ‘Over The Fence’ (ou
Sobre a Cerca) é viável pela disponibilidade de matéria-prima e de terra, logística
(custo zero de frete), assim como o compartilhamento de recursos, com menor
custo.
Espaço não é problema. A Biorrefinaria da Cargill ocupa 34
hectares do terreno do complexo, que possui um total de 246 hectares. Já
somando os 3,9 hectares da Estação de Tratamento de Efluentes e os 7,9 hectares
ocupados pela Evonik, ainda restam mais 200 hectares disponíveis para que
outras empresas parceiras se instalem. Conforme informações da própria Cargill,
entre as indústrias que podem ser atraídas estão as do ramo de alimentos
(enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, vitaminas, aromatizantes) e
biotecnologia (bioplástico), já que as matérias-primas serão derivadas do
beneficiamento de grãos de milho. Elas seriam instaladas ao lado de onde hoje
está a Evonik, de modo que duas ficassem de frente para a rodovia e as quatro restantes
atrás delas.
A Cargill opera atualmente com capacidade de moagem de milho
de aproximadamente 1,2 mil toneladas por dia. Ao receber as empresas parceiras,
esse volume iria quase triplicar, com a elevação para 3,2 mil toneladas por
dia. O fornecimento de energia e vapor
seria realizado pela própria Cargill, enquanto que a Compagas oferece
infraestrutura suficiente para abastecer seis novas empresas no local com Gás Natural.
A Estação de Tratamento de Efluentes será ampliada com o início da instalação
de novas indústrias.
Empregos
Embora os parceiros ainda não estejam definidos, segundo estudos da Cargill a estimativa é que cada nova fábrica a se instalar no Complexo gere, em média, 150 empregos diretos. Com isso, as seis empresas poderão gerar, juntas 900 postos diretos. A Cargill e a Evonik, que já estão em operação, geram aproximadamente 300 vagas de emprego diretas, além de outras cerca de 230 indiretas. Somando os empregados diretamente, quando consolidado e em operação, o complexo será responsável por empregar 1,2 mil pessoas de forma direta.
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