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O que fazer na saúde para termos um 2022 mais tranquilo?
Da Redação | 15 de janeiro de 2022 - 02:42
Por Everson Krum
Começamos o ano de 2022 com problemas conhecidos e que não foram solucionados
nos últimos anos no setor da Saúde em Ponta Grossa e nos Campos Gerais. Em
termos de comparação, começamos 2022 em uma condição muito melhor no que diz
respeito à Pandemia da Covid-19 graças à vacinação. Porém, não podemos esquecer
de homenagear os que nos deixaram, vítimas dessa doença e de suas famílias,
além de redobrar os cuidados com novas variantes que se impõem.
Primeiro, vamos aos dados: Quando comparamos os índices de vacinados com os
números de internamentos e óbitos, podemos nos orgulhar da vitória nesta
batalha - mesmo com o número crescente de contaminação, o índice de
internamentos e casos graves caiu drasticamente. Mas a guerra ainda não acabou.
Vamos continuar vacinando a população com doses de reforço, que se mostram tão
necessárias, especialmente com as novas variantes.
Neste sentido, temos que render elogios às incansáveis equipes de vacinação
pela enorme dedicação e profissionalismo, superando o medo, o cansaço e
honrando seus juramentos de bem servir ao paciente e ao próximo. O avanço das
doses de reforço associada à vacinação de crianças deve proporcionar um cenário
muito favorável ainda no primeiro trimestre do ano.
Se houver a repetição do modelo epidemiológico que ocorreu em outras cidades,
teremos a epidemia de gripe Influenza, denominada de variante Darwin,
pressionando nosso sistema de saúde por no máximo 50 dias. Após esse período,
deveremos ter a situação em calmaria, com menos casos e sem pressão sobre a
rede de atendimentos.
Portanto, na próxima campanha de vacinação só nos resta uma escolha: vacina no
braço, novamente! Relembrando que o objetivo de qualquer vacina é o de prevenir
contra os casos graves, evitando internamentos e óbitos. Diante disso, que
sirva de aprendizado, que vacina boa é vacina no braço, inclusive contra gripe.
No que diz respeito à Saúde Básica, em Ponta Grossa e nos Campos Gerais
permanecem as dificuldades em ofertar consultas e exames nas Unidades Básicas
de Saúde (UBS), também conhecidas como "postinhos". Isso acontece
principalmente quando tratamos da oferta de exames, consultas e procedimentos
especializados, incluindo cirurgias eletivas.
Na Atenção Básica, é fundamental aumentar a oferta de médicos, superando a
escassez e o desinteresse, além de fortalecer a oferta de medicamentos, coletas
de exames, infraestrutura e horários de atendimento nas UBS. Um dado
preocupante é que teremos somente 04 médicos pelo Programa Médicos pelo Brasil,
quando já chegamos a ter 60 bolsistas no Mais Médicos. É ainda essencial contar
com o apoio das Estratégias Saúde da Família, sob pena de termos ainda mais
procura por atendimentos nas já sobrecarregadas e superlotadas estruturas das
UPAs Santa Paula e Santana.
Estas estruturas estão sob pressão popular e da mídia, o que causa grandes
dificuldades no atendimento com resolutividade dos casos que são acolhidos
pelos profissionais. Se não houver descentralização e melhoria do atendimento
nos bairros e vilas, a situação continuará insustentável a curto prazo
Outro aspecto que precisa ser levado em conta diz respeito às consultas
especializadas que sempre representaram um déficit no Sistema Único de Saúde
(SUS). Com a experiência exitosa da TeleMedicina na Pandemia, uma saída para
ampliar a oferta de atendimento por especialistas seria justamente usar a
tecnologia para aumentar a oferta de consultas e diminuir a grande fila de espera.
É possível sim, com ética e legalidade, oferecer consultas à distância, com o
uso de tecnologias, possibilitando aproximar por meios eletrônicos, médicos e
profissionais de saúde com pacientes. Com isso, otimizamos o tempo e
deslocamento de doentes de outros municípios
Neste cenário, teríamos ganhos de eficiência e agilidade em atendimento que
ajudariam a diminuir as filas de consultas com especialistas. Com investimentos
em infraestrutura, treinamentos e utilização de modelos já adotados em outras cidades,
é possível ter um grande avanço para diminuição das filas de consultas com
especialistas com um custo financeiro relativamente baixo e acessível.