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Maioria das vítimas de homicídios em PG tem ficha criminal

Somente nos seis primeiros meses de 2024, foram registrados 47 homicídios dolosos, preocupando não apenas a população, mas também as autoridades locais

Delegados estiveram no Portal aRede para debater ações nos últimos meses
Delegados estiveram no Portal aRede para debater ações nos últimos meses -

O município de Ponta Grossa enfrenta um aumento preocupante da criminalidade, especialmente em relação ao número de homicídios, que dobrou em agosto em comparação com o período homólogo, conforme dados obtidos pela equipe do Portal aRede e do Jornal da Manhã. A situação alarmante faz com que a população tenha receio de sair de casa, por medo de ser vítima da onda de criminalidade. Somente nos seis primeiros meses de 2024, foram registrados 47 homicídios dolosos, preocupando não apenas a população, mas também as autoridades locais. Embora as autoridades locais apontem que existem soluções para reduzir os índices de criminalidade, há uma dificuldade visto que a maioria das vítimas tem algum tipo de passagem pela polícia.

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Em entrevista realizada nesta terça-feira (3), os delegados Nagib Nassif Palma e Luiz Gustavo Timossi, da Polícia Civil de Ponta Grossa, afirmaram estarem cientes do aumento dos casos de criminalidade, mas que há diversas ações em andamento para freá-la. Nagib destacou a complexidade do combate ao aumento nos índices, afirmando que não basta aumentar o policiamento, mas realizar ações para além disso. “A nossa parte, como polícia, nós estamos fazendo. Houve um pico no meio da pandemia, por conta da briga de facções, e nós controlamos. Depois, passa um tempo, e eles começam a soltar esses executores, e os índices aumentam. As operações estão acontecendo e vão acontecer cada vez mais”, afirmou o delegado, ao dizer que é apenas uma questão de tempo.

Já para o delegado Luiz Gustavo Timossi, responsável pelo setor de homicídios da Polícia Civil de Ponta Grossa, afirmou que existem desafios para elucidar crimes, mas que, na maior parte, eles estão ligados a crimes anteriores e disputas de território. “A maioria está ligada ao tráfico de drogas e tem passagem, brigas por conta de territórios,. Por isso, é mais difícil prosseguir com essas investigações, pois as pessoas têm medo de falar e acabamos ficando sem denúncias ou fontes para conseguirmos os detalhes do crime. Quando encontramos as provas, conseguimos esclarecer esses crimes”, afirmou o delegado, lembrando que em 2023 a delegacia conseguiu solucionar 95% dos crimes de homicídio registrados.

ARMAS - Uma situação também observada é o crescente número de casos de disparos de arma de fogo registrados junto às autoridades, o que levanta questões relacionadas ao acesso facilitado ao armamento entre os criminosos de Ponta Grossa. "As armas vêm de cidades vizinhas, as próprias facções fornecem armas para ocorrerem as execuções. Temos que ter um controle de fronteira, então, temos que ter um controle. Estou nesse ramo há tempo e o caminho é o básico, é o bom senso, não se meter em má companhia", afirmou o delegado Nagib Nassif Palma ao ser questionado sobre como o acesso às armas ocorre de forma tão crescente.

DADOS - O município de Ponta Grossa lidera o ranking de violência no interior do estado e ocupa a vice-liderança em comparação a todo o estado, com 47 homicídios dolosos registrados no primeiro semestre de 2024, segundo dados do Sinesp (Sistema Nacional de Segurança Pública). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a cidade registrou 49 homicídios dolosos. Esses números colocam Ponta Grossa em uma posição preocupante no cenário da violência no Paraná. Vale destacar que nos últimos 12 meses o município alcançou a marca de 64 homicídios dolosos, outro dado preocupante relacionado à criminalidade.

Os dados obtidos pela equipe do Portal aRede e Jornal da Manhã ainda indicam um aumento no número de casos de feminicídio, que somente no primeiro semestre de 2024 chegou à marca de 4 casos, colocando Ponta Grossa atrás apenas de Curitiba no número de casos em todo o estado do Paraná. “Depois da pandemia, os casos tiveram um grande aumento, não sabemos o que aconteceu, mas precisamos brigar para reduzir esses índices, mas não basta apenas prender e depois soltar. Não depende somente da polícia, eu peço que as pessoas nos ajudem”, afirmou o delegado Nagib.

PRISÕES - A Polícia Civil tem intensificado suas ações no combate à criminalidade, resultando em um aumento significativo nas prisões e no cumprimento de mandados. Comparando os dados de janeiro a agosto de 2023 com o mesmo período em 2024, houve um aumento de 40% nas prisões relacionadas a operações de investigação, chegando a 134 prisões em 2024. Além disso, o cumprimento de mandados aumentou em 56%, alcançando 103 mandados cumpridos em 2024. O número de operações também apresentou um crescimento de 9%, com 24 operações realizadas até agosto de 2024.

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