‘Foram 27 golpes e um chute na cabeça’, diz advogada de porteiro agredido; veja vídeo | aRede
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‘Foram 27 golpes e um chute na cabeça’, diz advogada de porteiro agredido; veja vídeo

A advogada, que representa o condomínio e está defendendo o porteiro Vilson, disse que não vê arrependimento no advogado

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O caso de agressão foi registrado na tarde de quarta-feira (19). | Autor: Reprodução/Câmeras de segurança.

Publicado Por João Iansen

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A advogada que representa o condomínio no bairro Mercês, em Curitiba, onde o porteiro Vilson Carneiro, de 57 anos, foi agredido pelo advogado Eduardo Chede Junior, disse não acreditar em arrependimento. Segundo Márcia Leardini, o advogado deu 27 socos e um chute no porteiro, que apenas tentou se defender.

O caso de agressão foi registrado na tarde de quarta-feira (19), num prédio da Rua Júlia Wanderley, e aconteceu depois que a irmã do advogado Eduardo Chede Junior ficou presa no elevador do prédio. Revoltado com a situação e dizendo que estava demorando para resgatar a mulher do elevador, ele entrou e agrediu o porteiro. 

Vilson Carneiro disse que tem medo de voltar ao trabalho. Ainda com machucados no rosto, o profissional, que está afastado das funções, negou que tenha xingado ou agredido o advogado e disse que espera por Justiça.

Na sexta-feira (21), o advogado Eduardo Chede Junior emitiu uma nota, através do escritório de Dalledone, pedindo desculpas. Apesar disso, ele afirmou que a confusão aconteceu depois de uma “troca de insultos” entre ele e o porteiro. 

Em entrevista, a advogada que representa o condomínio e está defendendo Vilson disse que não vê arrependimento no advogado.

“O que revolta é ir à imprensa dizer que existe um arrependimento e nessa versão atribuir ao porteiro um comportamento que teria ocasionado isso tudo. Isso não é arrependimento, isso é administração de um escândalo, é diferente”, comentou Márcia Leardini, advogada.

Conforme a advogada, não é verdade que a irmã de Eduardo ficou mais de uma hora presa no elevador: segundo os dados informados pelo porteiro, ela ficou por cerca de 30 minutos. Além disso, o homem que teria chegado e ofendido o porteiro.

“A empresa chegou ao prédio junto com o agressor, neste momento o agressor se identificou ao porteiro, que num primeiro momento não havia o identificado, e aí ele já começou, muito nervoso, a chamar o porteiro de imbecil, de otário, entre outros xingamentos. Quando ele adentra no hall de entrada e vai passar pelo corredor que dá acesso ao elevador de serviço, ele deu um chute na porta que dá acesso ao salão de jogos. Ele quebrou a porta e o senhor Vilson tentou segurá-lo”, disse.

Ainda conforme Márcia, o porteiro apenas tentou se defender. Isso porque se não o fizesse, teria ficado ainda mais machucado. “Fora do elevador foram 27 golpes e um chute na cabeça dele. Dentro do elevador, que é de onde ele sai ensanguentado, a gente nem sabe quantos golpes foram”, detalhou a advogada.

Quando chegou ao prédio, Eduardo foi filmado pelas câmeras de segurança visivelmente alterado, mas afirmou que isso aconteceu por conta da situação, já que a irmã estava presa  no elevador. 

A advogada do condomínio, porém, trouxe uma nova informação: segundo ela, testemunhas disseram que ele estava bêbado. “O técnico declarou para a zeladora que, como eles entraram juntos, ele sentiu o cheiro de álcool no agressor. As imagens revelam que ele já entra fisicamente alterado, ele tem um gestual agressivo, basta olhar. A gente não entende o porquê de tanta agressividade e agora talvez exista essa explicação, por essas testemunhas, de que havia um sintoma de embriaguez”, comentou Márcia Leardini.

As imagens das câmeras de segurança foram retiradas do prédio diretamente por uma equipe da Polícia Civil. Isso, segundo a advogada, para desfazer a possibilidade de que tenham sido editadas.

“A polícia veio retirar as imagens direto do equipamento para comprovar, pois a defesa está dizendo que houve manipulação nas imagens para não mostrar a agressão feita pelo Vilson e não houve manipulação. As imagens seguem uma sequência que não há cortes no tempo”, explicou a advogada do porteiro.

JUSTIÇA - O porteiro já disse que espera que o caso seja tratado com clareza e que haja Justiça. A advogada comentou que, nesse momento, também espera que os ânimos se acalmem, mas não descarta uma ação contra o agressor.

“Entregamos nas mãos da polícia, fazendo todos os exames médicos, vamos seguir todos os trâmites legais. Se houver a necessidade de um ajuizamento de uma ação para reparação dos danos ao senhor Vilson e ao condomínio, porque o condomínio está custeando todo o tratamento médico particular ao senhor Vilson até por dignidade”, concluiu Márcia Leardini.

DEFESA DE EDUARDO - Em nota, a defesa de Eduardo Chede Junior lamentou o episódio e disse que o advogado estava arrependido e pedia desculpas ao trabalhador e à família dele. “No entanto, é importante ressaltar que houve uma troca mútua de insultos entre as partes, com uma discussão recíproca que, lamentavelmente, culminou em um embate físico”.

Segundo o escritório Dalledone & Associados, que assumiu a defesa do homem, o advogado, em dado momento, se exaltou “devido ao sofrimento de sua irmã, que possui problemas de saúde e havia ficado presa por um longo período no elevador do prédio onde o incidente ocorreu”.

Ainda conforme a defesa, “embora o advogado tenha agido de forma impulsiva, a troca de insultos foi mútua e contribuiu para a escalada da situação. As gravações de câmeras de segurança foram recortadas e não mostram o contexto completo do ocorrido. É fundamental que as imagens sejam divulgadas na íntegra”.

Com informações: Banda B, parceira do Portal aRede.

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