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Avó denuncia médica por agressão contra neto autista no PR

Médica relatou no livro de ocorrências do órgão que "bateu no braço dele" após ele ter mordido sua mão; caso deve ser investigado

O caso aconteceu na última segunda-feira (1º)
O caso aconteceu na última segunda-feira (1º) -

Publicado Por Milena Batista

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Uma médica perita do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi denunciada à polícia e ao Conselho Federal de Medicina (CFM) por supostamente agredir uma criança autista, de 8 anos, em uma das unidades do órgão em Curitiba (PR). O caso aconteceu na última segunda-feira (1º) em meio a uma consulta na unidade Visconde de Guarapuava.

À Banda B, a avó do menino afirmou que o caso aconteceu após ele ficar agitado e irritado com a demora no atendimento. A consulta estava marcada para ocorrer às 13h40, mas a criança só teria sido atendida por volta das 15h. Durante a espera por atendimento, alguns seguranças do INSS teriam ajudado a dona de casa a acalmar o neto.

O menino foi diagnosticado com Transtornos do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e Transtornos de Conduta Emocional (F92). O objetivo da consulta agendada era ter acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), auxílio prestado pelo INSS para pessoas com deficiência e idosos.

“Mas ele [menino] não queria falar com ninguém. Quando passamos pela salinha para ir para a perícia, ele já tinha tirado todos os controles dele e estava ao extremo… Dava soco nele, me empurrava, queria sair correndo e começou a gritar e xingar”, narrou Floraci Fernandes, que tem a guarda unilateral do neto.

No início da consulta, contudo, a médica teria mandado o garoto “calar a boca”, que reagiu. “Ele respondeu para a perita que ela não mandava nele. Ela disse: ‘Vai gritar com a sua mãe’. Ele começou a dar soco no acrílico que separa a perita do paciente. Ela se levantou da cadeira, o segurou pelas costas e o apertou. Todo mundo sabe que autista não suporta toque”, prosseguiu a avó.

Após supostamente apertar as costas do menino, ele teria mordido a mão direita da médica. Ela, então, deu um tapa na cabeça dele, segundo Floraci: “Nisso, ela deu um tapa na cabeça dele e eu só escutei o estalo. Ela abriu uma portinha e disse que ia prender ele. Ela tentou arrastar ele e chamou os seguranças para retirá-lo da sala. Ela se recusou a atender a criança e ainda deu um tapa na cabeça dele.”

Emocionada durante conversa com a reportagem, Floraci disse estar “indignada” com as atitudes da médica, que deveria, segundo ela, “ter paciência”. “Eu ainda não consigo acreditar que uma perita fez isso. Eu não estava ali para brincadeira”, disse, chorando.

Segundo o boletim de ocorrência ao qual a Banda B teve acesso, o menino confirmou aos policiais ter sido atingido pelo tapa. Quando a Polícia Militar (PM) chegou ao INSS, a médica já havia ido embora.

Todo o episódio teria sido registrado pela própria perita no livro de ocorrências do órgão. Nele, a médica relatou que o menino entrou na sala “alterado e falando palavrões”. Disse também que pediu à criança que ela se acalmasse. No entanto, o menino teria “pulado” sobre ela e mordido sua mão. Por reflexo, segurou e bateu no braço dele, que se ajoelhou e se debateu.

Além de ter denunciado o caso à Polícia Civil e ao CFM, a avó disse ter levado o caso à Defensoria Pública da União (DPU). A Banda B procurou os órgãos mencionados por Floraci, mas não havia obtido retorno de nenhum deles até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

Informações: Banda B

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