Petroleiros iniciam greve nacional nesta segunda em protesto a propostas da Petrobras
Trabalhadores alegam que proposta mantém o arrocho salarial, aprofunda a desvalorização e ignora pautas centrais dos petroleiros
Publicado: 14/12/2025, 13:00

Os petroleiros de todo o país iniciam, a partir desta segunda-feira (15), uma greve nacional em resposta à terceira proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026 apresentada pela Petrobras. A decisão foi tomada em assembleias massivas realizadas em todas as bases do país, que deliberaram pela paralisação diante da intransigência da empresa e dos sucessivos ataques aos direitos da categoria.
A proposta apresentada pela Petrobras, no último dia 9 de dezembro, mantém o arrocho salarial, aprofunda a desvalorização dos trabalhadores e ignora pautas centrais dos petroleiros. Além disso, traz uma série de retrocessos que agravam ainda mais as condições de trabalho e de renda, atingindo ativos e aposentados.
A postura da empresa está alinhada ao discurso de “aperto dos cintos” adotado pela gestão Magda Chambriard, que contrasta com a divulgação recente de lucros recordes de R$ 32,7 bilhões destinados aos acionistas. Para a categoria, a Petrobras apresenta um ACT rebaixado. Para os acionistas, privilégios e lucros recordes.
Entre os principais pontos de rejeição está a manobra da empresa ao propor alterações em cláusulas que atualmente estão sob análise judicial e que podem resultar em ganhos para os trabalhadores. A tentativa de modificar esses itens durante a negociação do ACT é vista como uma estratégia para minar direitos já consolidados e impedir avanços.
O ganho "real" proposto, de apenas 0,5% na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) é ainda mais grave para os aposentados não repactuados e, na prática, para piorar, fica menor do que 0,5% com a imposição da Cobrança Adicional na AMS, sob a justificativa de cobrir custos administrativos do plano de saúde.
A proposta também mantém ataques específicos, como a continuidade dos desimplantes no setor offshore, prática que reduz postos de trabalho e amplia a precarização, além de impactar diretamente a segurança operacional. Soma-se a isso a chamada “pegadinha” da antecipação da PLR, apresentada pela empresa como concessão, mas que já fazia parte de um calendário acordado anteriormente, não representando ganho real nas negociações atuais. As subsidiárias do Sistema Petrobras seguem a mesma lógica de perdas.
MOBILIZAÇÃO NO RIO DE JANEIRO
O Sindipetro RJ está organizando a greve e diversas ações de protesto para pressionar a Petrobras a abandonar a postura intransigente e apresentar um ACT que reconheça a dedicação, a dignidade e a importância estratégica dos petroleiros para o país.
Estão previstos protestos em plataformas, no Aeroporto de Maricá, nos Terminais Aquaviários da Baía de Guanabara (TABG), no Terminal de Angra dos Reis (Tebig), no Complexo de Energias Boaventura e em unidades administrativas, como o Edisen.
A greve nacional reafirma a disposição da categoria de lutar contra retrocessos e em defesa de direitos, salários dignos, saúde, empregos e do fortalecimento da Petrobras a serviço do povo brasileiro.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Sindipetro-RJ





















