Deputada federal do PT cita 'irresponsabilidade' em megaoperação no RJ
A ex-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT), afirmou que o atual governador do Estado, Cláudio Castro, foi irresponsável ao comandar, nessa terça-feira (28), a operação mais letal da história do estado
Publicado: 29/10/2025, 13:59

Na tribuna da Câmara dos Deputados, a deputada federal e ex-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT), afirmou que o atual governador do Estado, Cláudio Castro, foi irresponsável ao comandar, nessa terça-feira (28), a operação mais letal da história do Rio de Janeiro.
"Meu coração está doendo com a situação da população do meu amado Rio de Janeiro. Mortes e violência desnecessárias, enquanto o crime organizado continua dominando os territórios. Milhares de trabalhadoras e trabalhadores moram nas favelas, em meio ao fogo cruzado, aterrorizados diante de situações como esta que vimos. O que aconteceu foi uma operação policial fracassada e o culpado é o governador do Rio de Janeiro", afirma Benedita.
OPERAÇÃO - Policiais civis e militares realizaram uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação, batizada de Operação Contenção, faz parte de uma iniciativa do Governo do Estado para combater a expansão territorial do CV (Comando Vermelho) e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.
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Participaram da ação cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança. A PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro) mobilizou equipes do COE (Comando de Operações Especiais) e batalhões da capital e da região metropolitana. Já a PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro) participa com agentes de delegacias especializadas, distritais, da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais), do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.
De acordo com o governador Cláudio Castro, a operação é uma demonstração da integração das forças de segurança e do fortalecimento da presença do Estado em áreas conflagradas.
MORTES - Mais de 60 corpos foram levados para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, entre a noite de ontem e a manhã desta quarta-feira (29), um dia após a operação mais letal da história do Rio de Janeiro.
O número de mortos pode ultrapassar 100. A remoção foi feita por rabecões da Defesa Civil, conduzidos por bombeiros militares, agentes do IML e sem presença de policiais no local, segundo o jornalista Rene Silva.
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DISPUTA POLÍTICA - O Planalto reagiu ao ataque de Castro. Como Lula estava incomunicável — no voo da Malásia para o Brasil —, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, encabeçaram a resposta do Planalto.
Em coletiva de imprensa, na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Lewandowski negou que o governo do Rio de Janeiro tenha solicitado apoio. “Não recebi nenhum pedido do governador”, afirmou.
Na noite de terça-feira, Rui Costa, Gleisi e Alckmin tiveram reunião de emergência em Brasília para debater a crise de segurança no Rio. O encontro ainda contou com a presença dos ministros Jorge Messias (AGU), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social).
Nesta quarta-feira (29), o primeiro compromisso de Lula após desembargar da viagem à Ásia será um encontro com Rui Costa para tratar da situação na capital carioca. O Planalto ainda negocia reunião presencial com Cláudio Castro, que ocorrerá em Brasília ou no Rio de Janeiro.
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