Dentista de PG morre em cela e família acusa PM de confundir infarto com embriaguez
Natural de Ponta Grossa, Cezar sofreu um acidente de carro na Grande Florianópolis
Publicado: 23/07/2025, 15:02

Um dentista e servidor público federal de Santa Catarina morreu no último sábado (19) após, segundo a família, policiais militares confundirem um infarto com embriaguez ao volante, negando atendimento a vítima.
Na noite de sexta-feira (18), Cezar Maurício Ferreira, natural de Ponta Grossa, sofreu um acidente de carro em São José, na Grande Florianópolis, e devido a "indícios de que estaria dirigindo sob efeito de álcool", os agentes o conduziram para a Central de Plantão Policial da cidade.
Entretanto, o advogado Wilson Knöner, que representa a família, sustenta que Cezar sofreu um mal súbito enquanto dirigia e perdeu a consciência, causando o acidente, e que no local, os agentes confundiram os sintomas de infarto, como a desorientação e a respiração alterada.
"Quer dizer, o que sustenta a versão de que houve supostamente embriaguez ao volante? Um puro achismo subjetivo, absolutamente sem respaldo técnico dos policiais, que confiaram na sua vivência policial para interpretar os sinais flagrantes de infarto em andamento (...) interpretaram tudo absolutamente errado. Inclusive os policiais divergiram entre si sobre os supostos sinais externos de embriaguez, nem entre os policiais militares que fizeram a ocorrência houve harmonia nas versões que trouxeram", disse.
Após ser detido, a vítima foi levada para uma cela da delegacia e foi encontrada morta na manhã de sábado (19). Nessa terça-feira (22), o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, onde o dentista também atuava como servidor público, lamentou a morte e afirmou que a vítima deixa um legado de "respeito, empatia e um carinho especial pelos colegas da equipe".
Ainda em nota, o TRT afirmou que "acompanhará o caso atentamente, confiando que os órgãos competentes conduzirão a apuração dos fatos com a devida celeridade e rigor, para que sejam esclarecidas todas as responsabilidades".
Ele era divorciado e deixa dois filhos, Allan, de 32 anos, e Gabriel, de 28.
Em nota, a Polícia Civil de Santa Catarina (PC/SC) afirmou que após o delegado-geral, Ulisses Gabriel, tomar conhecimento do caso, solicitou um "relatório de inteligência da Diretoria de Inteligência (DINT/PC/SC)", para que os fatos fossem devidamente apurados, com a máxima urgência.
Com informações: CNN Brasil.