Filho de cacique é localizado decapitado com carta ameaçadora
Texto deixado no corpo tinha ameaças e associava rapaz à facção criminosa PCC
Publicado: 14/07/2025, 11:19

Um jovem de 23 anos, identificado como Everton Lopes Rodrigues, foi encontrado decapitado. O crime aconteceu no sábado (12), em Guaíra, no Oeste do Paraná. Membro da aldeia indígena Yvyju Avar, ele era filho do cacique Bernardo Rodrigues Diegro.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o corpo foi encontrado ao lado de uma carta com graves ameaças direcionadas às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.
O texto continha uma série de ameaças explícitas e ainda associava a vítima a um grupo criminoso: “Aqui é o Bonde 06 do N.C.S.O. Estamos dispostos para eliminar qualquer um que atravessar o nosso caminho, principalmente quem pertence ao P.C.C. Nós sabemos que vocês paraguaio que diz ser indígena, vocês são aliados do nosso principal inimigo, que é o P.C.C. Se vocês não desocupar as terras… nós vamos matar mais de vocês. Iremos invadir as aldeias já existente, atacaremos o ônibus com vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas sim recheada com ódio… O próximo ataque será contra esse lixo apelidado de Força Nacional. Nós avisou porque nós somos bandido, mas não covarde. Aguarde o próximo capítulo. Vão ter que andar de blindado…”, diz a carta.
A Polícia Civil do Paraná informou que as circunstâncias do crime ainda estão sendo investigadas e que os materiais encontrados na cena foram enviados para perícia.
MINISTÉRIO DEMONSTRA PREOCUPAÇÃO - Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reafirmou o compromisso com com a defesa da vida, da dignidade e dos direitos dos povos indígenas.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifesta profunda preocupação com o bárbaro assassinato do jovem indígena de 23 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Avary, no município de Guaíra (PR). O corpo foi encontrado decapitado, ao lado de uma carta com ameaças graves às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.
Desde as primeiras horas, o MDHC acompanha o caso por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), em articulação com autoridades locais e federais, com o objetivo de assegurar a proteção das lideranças e das comunidades ameaçadas, além de acompanhar as investigações para que o crime não fique impune. No Paraná, o PPDDH acompanha atualmente 19 lideranças Ava Guarani. Reiteramos nosso compromisso com a defesa da vida, da dignidade e dos direitos dos povos indígenas, certos de que nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território", posicionamento do MDHC.
Com informações da Banda B, parceira do Portal aRede.