Mãe de jovem transplantada rebate vídeo de estudantes de medicina
Mãe de jovem transplantada reage a vídeo de estudantes de medicina e pede justiça: 'Minha filha lutou a vida inteira'
Publicado: 10/04/2025, 17:04

A mãe de Vitória Chaves da Silva, jovem de 26 anos que faleceu após sucessivos transplantes, se pronunciou nesta quarta-feira (9) sobre o vídeo gravado por duas estudantes de medicina que ironizaram o caso da filha. Nas imagens, as alunas questionam os cuidados da paciente e dizem: “ela acha que tem sete vidas?”.
“Eu fiquei revoltada. Indignada. Entrei em desespero. A depressão veio com tudo, eu não conseguia dormir, porque a minha filha não tem culpa de ter vindo com esse problema. A minha filha não tem culpa de o transplante ter agravado”, afirmou Cláudia, mãe de Vitória.
As estudantes, identificadas como Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano, compartilharam o vídeo nas redes sociais, alegando que Vitória não teria tomado os medicamentos corretamente. Cláudia rebateu a acusação e afirmou que a filha realizou o primeiro transplante de coração aos 7 anos e passou por outras cirurgias. “Se ela não tivesse tomado o remédio, ela teria morrido dias depois do transplante.”
A mãe ressaltou o desejo da jovem de viver e seguir carreira na medicina: “A minha filha tinha uma sede de vida, ela queria viver, queria ser médica e retribuir o que fizeram por ela. Aí vem duas alunas, que nunca viram o rosto da minha filha, que nunca souberam da história... a minha filha lutou a vida inteira. Se ela não tivesse tomado o remédio, ela teria morrido dias depois do transplante”, reforçou.
Cláudia também pediu justiça. “Tudo o que eu queria era justiça. Eu não quero o nome da minha filha difamado. A história dela contada errada. Eu estou tão desesperada. Eu não quero dinheiro. A minha filha passou por tanta coisa no Incor, ela apanhou, ela era humilhada diariamente por uma médica na UTI...”, completou.
Vitória morreu no dia 28 de fevereiro, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), em São Paulo.
Alunas se manifestam
Em nota assinada por ambas e por seus advogados, as estudantes afirmam que o vídeo publicado no TikTok teve como único objetivo demonstrar surpresa diante de um caso clínico abordado no ambiente de estágio. Elas explicaram que a raridade da situação despertou curiosidade acadêmica e levou à reflexão sobre aspectos técnicos pouco comuns.
As alunas também esclareceram que não tiveram acesso ao prontuário médico da paciente e que não sabiam sua identidade. Reforçaram ainda que nenhuma imagem de Vitória foi divulgada.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso está sendo investigado como injúria, com inquérito instaurado pelo 14º Distrito Policial de Pinheiros. A mãe da paciente já foi ouvida, e as investigações continuam para apurar responsabilidades.
Com informações da Band