Francischini faz história ao assumir a 1ª vice-presidência da Alep

“Fico muito honrada em representar todas nós, mulheres, nessa posição tão importante. Mais do que nunca precisamos valorizar o espaço da mulher na política, e onde ela desejar estar”, afirma a deputada Flávia Francischini (União), que assumiu nesta segunda-feira (3), a 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. O momento marca a história do Parlamento estadual porque ela passa a ser a primeira mulher a desempenhar essa função – como titular na Mesa Executiva da Casa Legislativa, que completará 171 anos em julho.

É a nova 1ª vice-presidente quem substituirá o presidente, o deputado Alexandre Curi (PSD), em caso de ausências ou impedimentos. Isto significa que quando Curi tiver um compromisso e não puder presidir uma sessão plenária, por exemplo, é a deputada Flávia quem conduzirá a reunião da qual participam os 54 parlamentares estaduais. A deputada destaca que “as portas de seu gabinete estão abertas para todos. Saibam que aqui vocês têm um canal direto para ouvi-los, ajudar e demandar em todos os setores”, frisou. “Estou aqui a disposição de todos, e sempre com um olhar único e especial para a causa autista. Vamos em frente, o ano está só começando”, acrescentou.

Além de defender uma maior participação das mulheres, o combate à violência, a promoção da inclusão das pessoas com deficiência e a busca por um Paraná mais justo são bandeiras defendidas pela 1ª vice-presidente. Advogada, Flavia Francischini está exercendo seu primeiro mandato na Assembleia. Foi eleita para o cargo da Mesa Executiva, no ano passado, integrando a chapa “Fortalecimento e União do Poder Legislativo”, que elegeu por unanimidade como presidente o deputado Alexandre Curi (PSD). A Mesa da Assembleia é o órgão colegiado responsável pelos trabalhos legislativos e administrativos. Esse time formado por nove parlamentares é que estará à frente do Poder Legislativo nos próximos dois anos – de fevereiro de 2025 a 31 de janeiro de 2027.

COMPROMISSO - Logo após a eleição da Mesa, a deputada disse que “ser eleita 1ª vice-presidente significa um compromisso renovado com as causas que sempre defendi”. “Sei que esse cargo me permitirá continuar a trabalhar ainda mais intensamente por essas questões, e farei isso com a mesma dedicação e firmeza que sempre guiaram minha atuação política”, sublinhou, na ocasião.

Naquele momento, ela manifestou ainda sua satisfação com a maior participação feminina em importantes funções. “A gente sabe o quanto a mulher tem sido cada vez mais prestigiada, tem buscado cada vez mais esse espaço na política. Nós somos 53% da população brasileira. Eu defendo muito a posição de que a mulher tem que estar realmente onde ela se sente bem, onde ela se sente valorizada”, afirmou. “Hoje nós somos em 10 mulheres aqui na Assembleia Legislativa (a maior bancada feminina da história do Parlamento estadual), cada qual na sua pauta, cada qual no seu assunto. Mas, a gente tem, graças a Deus, o apoio dos nossos pares”, complementou.

TRAJETÓRIA - Antes de conquistar uma das 54 cadeiras na Assembleia, Flávia Francischini construiu sua carreira política como vereadora, em Curitiba. Durante o mandato na Câmara Municipal da Capital do estado destacou-se como uma das principais vozes em defesa das pessoas com deficiência, especialmente de pessoas autistas. É ativista da causa há mais de 10 anos, sendo uma mãe atípica que vive de perto os desafios enfrentados por essas famílias. Relata, constantemente, que sua experiência pessoal trouxe uma perspectiva única para sua atuação política. Ela se tornou uma defensora incansável de políticas públicas voltadas à inclusão, acessibilidade e ao suporte para famílias atípicas.

Como mãe de autista, Flávia tem se dedicado, de forma muito especial, a luta por mais recursos, direitos e qualidade de vida para crianças e adultos no espectro autista, além de trabalhar para fortalecer redes de apoio e dar visibilidade às suas necessidades. Suas ações vão além do legislativo, unindo sua experiência pessoal com uma atuação pública que inspira confiança e engajamento.

No último pleito estadual, em 2022, foi eleita deputada estadual, com mais de 41.000 votos. E, durante esse seu primeiro mandato na Assembleia já presidiu a Comissão de Redação, além exercer a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência. Integrou ainda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão da Defesa e dos Direitos da Mulher.

Além do foco na causa do autismo, tem como as principais pautas a inclusão das pessoas com deficiências, das famílias menos assistidas pelo poder público, com atenção a projetos de geração de renda, economia criativa, segurança pública e de melhoria na área da ação social. Durante sua trajetória pública esteve ainda à frente da extinta Secretaria Municipal Antidrogas (de Curitiba) por dois anos; e, por quatro anos foi diretora de Recursos Humanos do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR).

ATRIBUIÇÕES DA MESA - As atribuições dos integrantes da Mesa Executiva estão definidas no Regimento Interno (RI) da Assembleia (Resolução nº 11/2016. Entre elas, a de dirigir os trabalhos legislativos, administrar a Assembleia e iniciar o processo legislativo. O documento define que “nas faltas e impedimentos, o presidente será substituído pelo 1º vice-presidente e, na sua ausência ou impedimento, sucessivamente, pelo 2º ou 3º vice-presidentes; o 1º secretário será substituído pelo 2º secretário, e na sua ausência ou impedimento, sucessivamente, pelo 3º, 4º ou 5º secretários”. Ocorrendo a vacância de qualquer cargo da Mesa, o preenchimento será da mesma forma. O 1º vice-presidente também substitui o presidente quando este não se achar no recinto na hora regimental do início dos trabalhos em plenário, bem como, quando tiver que deixar sua cadeira durante uma sessão ordinária ou extraordinária.

Para o biênio 2025-2027, que inicia hoje, a Mesa Executiva passa a ser formada, ainda, pelo deputado Delegado Jacovós (PL), como 2º vice-presidente, e o deputado Moacyr Fadel (PSD), como 3º vice-presidente. A 1ª secretaria está sob o comando do deputado Gugu Bueno (PSD); enquanto, a deputada Maria Victoria (PP) foi reconduzida a 2ª secretaria; e os deputados Requião Filho (PT), Alexandre Amaro (Republicanos) e Goura (PDT) são, respectivamente, os responsáveis pelas 3ª, 4ª e 5ª secretarias. Conforme o RI, essa composição observa a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares. O processo de eleição também segue o Regimento, e é feito por meio de votação nominal, utilizando-se o painel eletrônico de votação, exigida a maioria absoluta de votos.

Da assessoria