Leia a delação de Mauro Cid com acusações contra Jair Bolsonaro
Ao falar sobre trama golpista, militar citou Michelle e Eduardo, que não foram indiciados pela Polícia Federal
Publicado: 26/01/2025, 09:13
No depoimento que embasou a primeira parte da delação que implicou Jair Bolsonaro (PL) na investigação da trama golpista, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou à Polícia Federal, em agosto de 2023, que o ex-presidente trabalhava com duas hipóteses para reverter o resultado da eleição do presidente Lula (PT).
Uma seria encontrar fraudes nas urnas, o que um grupo próximo a Bolsonaro não conseguiu fazer, e outra seria convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado. Conforme a íntegra do depoimento obtida pelo jornalista Elio Gaspari, Cid citou grupos próximos a Bolsonaro que eram radicais em maior ou menor grau, com alguns deles apoiando diretamente a realização do golpe.
O tenente-coronel cita como parte da ala mais radical e que conversava “constantemente com o ex-Presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado” a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ambos já aventados para concorrer à Presidência nas eleições de 2026, uma vez que Jair Bolsonaro segue inelegível.
Depois do primeiro depoimento de agosto de 2023 que consolidou a delação, Cid prestou novos depoimentos ao longo dos meses à PF, para fornecer mais detalhes e ajustar dúvidas da investigação. O relatório final foi concluído no final de 2024, quando Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas sob suspeita de participação na trama golpista (depois, mais três militares também foram indiciados). Michelle e Eduardo ficaram de fora da lista final contra quem a PF considerou haver indícios suficientes para prosseguir com a acusação.
Leia a íntegra do depoimento de Cid em Banda B, parceira do Portal aRede.