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O Papel das Instituições Financeiras no Desenvolvimento Econômico Regional

O Banco Central do Brasil tem reconhecido o potencial do cooperativismo financeiro para estimular o desenvolvimento regional

Neilson Oliveira, consultor e fundador da Eagle Consultants HUB
Neilson Oliveira, consultor e fundador da Eagle Consultants HUB -

Da Redação

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A relação entre as instituições financeiras e o desenvolvimento econômico regional é um tema de grande relevância, mas muitas vezes negligenciado no contexto das escolhas financeiras individuais. Como essas instituições afetam a economia local? Elas contribuem para o crescimento ou drenam recursos da região?

Em qualquer empreendimento comercial, é natural que os interesses dos acionistas prevaleçam. Afinal, quem investe capital espera obter retornos e benefícios adequados. No caso dos bancos, os acionistas buscam maximizar seus investimentos, orientando estratégias de negócios para mercados lucrativos e de menor risco. No entanto, muitas vezes, isso não se alinha com o desenvolvimento econômico regional, pois os recursos podem ser direcionados para áreas fora da região onde operam, visando aumentar a segurança dos acionistas em detrimento do crescimento local.

Uma observação interessante pode ser feita ao analisar o sistema financeiro de países desenvolvidos, como EUA, Canadá, Alemanha, França e Inglaterra, onde as cooperativas financeiras desempenham um papel significativo. Ao contrário dos bancos tradicionais, essas cooperativas são impulsionadas pela participação direta dos clientes, que também são acionistas. Consequentemente, elas têm maior propensão a reinvestir os recursos captados na própria economia regional, promovendo seu desenvolvimento.

Numa Cooperativa Financeira, os clientes são os próprios acionistas, consequentemente eles têm como prioridade solucionar suas dores regionais, através do reinvestimento dos recursos ora captados na sua própria economia regional. Como exemplo, destaca-se o meteórico crescimento das Cooperativas Financeiras em tempos de crise e uma retração dos bancos. Essas ações transformam-se em ciclo virtuoso que gera mais recursos na economia, mais empregos e melhora a qualidade de vida da região. 

No Brasil, embora o cooperativismo financeiro ainda represente uma parcela relativamente pequena do mercado, sua influência é notável em regiões onde está presente. Municípios com cooperativas financeiras tendem a apresentar um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado, especialmente em cidades interioranas.

O Banco Central do Brasil tem reconhecido o potencial do cooperativismo financeiro para estimular o desenvolvimento regional e tem adotado medidas para fortalecer essas instituições. Essa abordagem equilibrada busca proteger os interesses dos cidadãos que optam por operar com cooperativas financeiras, ao mesmo tempo em que promove a inclusão financeira e o crescimento econômico local.

Em suma, a presença de uma cooperativa financeira em um município pode ser vista não apenas como um reflexo de seu desenvolvimento, mas também como um catalisador desse processo. Ao fomentar investimentos locais e promover a participação comunitária, essas instituições desempenham um papel vital no fortalecimento das economias regionais.

Neilson Oliveira

Consultor e Fundador, Eagle Consultants HUB

Com 30 anos de experiência no Sistema Financeiro Nacional, atuou como Executivo e Conselheiro em entidades-chave do Cooperativismo Financeiro Brasileiro.

www.linkedin.com/in/neilsonsoliveira

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