Influenciadora é presa por suspeita de tortura e roubo em SP | aRede
PUBLICIDADE

Influenciadora é presa por suspeita de tortura e roubo em SP

A vítima é um homem de 46 anos, que afirmou à polícia que os dois se conheceram por aplicativo e marcaram encontro; ele foi agredido, queimado com maçarico, dopado e roubado

Da Redação

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

A sessão de tortura de um homem de 46 anos, que foi roubado após ser atraído para um falso encontro em São Paulo, envolveu ameaças de estupro, queimaduras de maçarico e intimidações de um agressor que dizia ser do Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso resultou na prisão da influencer Vitória Guarizo Demito, 25 anos, na terça-feira (25). Ela alega inocência.

A tortura foi praticada por três pessoas e durou cerca de 40 minutos, até o homem ficar desacordado. Os detalhes do crime foram relatados pela própria vítima em depoimento no 27º Distrito Policial (Campo Belo), obtido pelo Metrópoles.Segundo o depoimento, os ladrões levaram R$ 41,5 mil após uma série de transferências bancárias para contas de pelo menos seis titulares. Também roubaram a carteira da vítima, um relógio da marca suíça Tissot, avaliado em R$ 2 mil, e um iPhone 13, que custaria R$ 5 mil.

Na delegacia, o homem apontou Vitória, com quem havia marcado um encontro, como uma das autoras do crime. O outro preso é Gabriel Duarte de Meneses, 29, o namorado da influencer, descrito pela vítima como “o mais violento” do trio. Já o terceiro suspeito, de cabelos encaracolados e muita marca de espinha, está foragido. Ele que alegava ser do PCC.

O crime aconteceu na noite de 18 de maio. Por volta das 18h, o homem pegou o carro do primo emprestado e, sem informar o destino, foi para um apartamento ligado à influencer em Moema, bairro nobre da capital paulista. Ele só acordaria na noite seguinte, entre 22h30 e 23h. Estava sozinho e dentro do veículo, parado em uma esquina a cerca de dois quilômetros do local do crime.

Encontro

No primeiro boletim de ocorrência, registrado em 22 de maio, no plantão do 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), o homem relatou ter encontrado Vitória em um site de acompanhantes, o Top Travesti, com o nome falso de “Camilla Flores”. Já em depoimento, prestado no dia seguinte, no 27º DP, ele disse que a conversa começou no Grindr, aplicativo de relacionamento voltado ao público LGBTQIA+, e logo passou para o WhatsApp.

Os dois marcaram de se encontrar em um flat na Avenida Miruna, em Moema, na zona sul da capital paulista, no mesmo dia. De acordo com a vítima, Vitoria disse que morava só e havia acabado de chegar de viagem de Dubai, nos Emirados Árabes.

O apartamento fica no sétimo andar do prédio e tem um quarto, um banheiro e uma sala aberta. No depoimento, o homem diz que foi recebido por Vitória na porta. Alegando que estava triste porque seu ex-namorado havia batido nela, a influencer logo o beijou e o puxou para a cama.

Já deitado, o homem foi surpreendido por outros dois indivíduos que chegaram por trás e puxaram suas pernas e seus braços. Em seguida, um deles lhe desferiu um soco no olho direito.

Tortura

A vítima relata que ficou com os braços cruzados e foi amarrado com lacres plásticos. O homem tentou gritar, mas os bandidos tamparam sua boca com fita crepe e começaram a pedir dados bancários.

Segundo afirma, Gabriel deu chutes no seu peito e nas suas costas. Já o terceiro indivíduo, que “falava mal português”, esquentou uma faca no fogão para queimar o seu pulso. Ele também fazia ameaças de estupro e dizia ser do PCC.

“Vitória só olhava e mandava amarrar a boca do declarante”, diz o depoimento. Foi Gabriel quem teria usado o maçarico para torturá-lo e ainda deu socos no rosto, no pescoço e nos ombros da vítima. Durante toda sessão, ele e o outro suspeito usavam droga, que “parecia com cristal”, de acordo com a vítima.

Em dado momento, a influencer teria mandado a vítima beber quatro comprimidos, diluídos em um suco de uva, e queria que o homem usasse quetamina e metanfetamina. Para não ser dopado, o homem dizia que tinha problema de coração e sofria risco de parada cardíaca se consumisse aquelas drogas.

Influencer

Com mais de 1 milhão de seguidores, Vitória ficou famosa por compartilhar seu processo de transição de gênero, aos 17 anos, e estava prestes a estrear seu próprio reality show. Nas redes sociais, a influencer compartilhava posts sobre estilo de vida, saúde mental e aparições em veículos de imprensa.

Em comprovantes de transações bancárias entregues para os investigadores, a vítima mostra que fez transferências para contas no nome de batismo da influencer, de Gabriel, do terceiro suspeito e de mais três pessoas.

No relatório de investigação, a Polícia Civil concluiu estar “diante de uma associação criminosa” que se vale de “encontros amorosos e sexuais de fachada” para manter a vítima em cárcere privado, realizando “diversos tipos de torturas físicas e psicológicas”.

Já na audiência de custódia, realizada na quarta-feira (26/6) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a influencer alegou que trata ansiedade e depressão, com uso contínuo de alprazolam, dormonid, ritalina, zolpidem e clonazepan. A juíza decidiu manter as prisões.

Em comunicado, a assessoria de Vitória afirmou que, “até o momento, a prisão da nossa cliente é apenas temporária por 15 dias”. De acordo com a nota, Vitória está “colaborando com as investigações, esclarecendo os fatos, confiante de que provará sua inocência”.

Leia em Metrópoles

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE