Perícia nesta segunda pode libertar Adélio Bispo da prisão
Advogado Zanone Júnior disse que acredita na liberdade do agressor do presidente Jair Bolsonaro
Publicado: 25/07/2022, 10:11
Advogado Zanone Júnior disse que acredita na liberdade do agressor do presidente Jair Bolsonaro
Adélio Bispo deve passar por uma nova perícia médica nesta segunda-feira (25). Ele está preso há aproximadamente quatro anos, após esfaquear o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PL) durante evento eleitoral em Juiz de Fora, em Minas Gerais, em 2018.
De acordo com o site da revista Veja, Adélio deverá ser submetido a diversos exames para que a Justiça decida sobre a permanência ou não da periculosidade do acusado e determine seu destino no processo judicial sobre o crime. O trabalho deve ser feito por dois médicos e deve durar doze horas. Bispo está internado em Campo Grande desde setembro de 2018.
“Quando o juiz federal absolveu o Adélio e reconheceu a inimputabilidade, homologou o incidente de insanidade mental e decretou a medida de segurança com a internação, ele estabeleceu o prazo máximo para a primeira perícia de cessação de periculosidade. O Código Penal traz o prazo de 1 a 3 anos, sendo que ele já fixou no patamar de 3 anos. Esse prazo já passou e agora uma banca psiquiátrica vai se reunir em torno de Adélio e verificar se aquela enfermidade mental da qual ele padecia na época ainda perdura. Se houve alguma convalescência parcial, total ou se essa doença permanece”, explicou o advogado Zanone Júnior.
Adélio Bispo está internado no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (MS). Em 2019, ao julgá-lo, a Justiça o considerou inimputável (não pode ser condenado) por questões de saúde mental. O exame agora permitirá que a Justiça decida se Adélio pode retornar ao convívio social ou se a internação deverá ser estendida por mais tempo.
Desde a sentença, Zanone Júnior passou a atuar como curador de Adélio e ainda zela pelos interesses. Segundo o advogado, já há pareceres de que Adélio pode deixar o presídio.
“Especulava-se teorias da conspiração, até mesmo pelo momento político da época, muita gente não entendia o papel da defesa. Mas, com a minha experiência de advogado, eu acredito. Inobstante ele ainda estar no presídio federal, o nosso psiquiatra forense analisou as condições daquele estabelecimento e acabou dando um parecer onde concluía que a unidade de Campo Grande tinha a capacidade de fornecer ao Adélio uma segurança, que precisávamos a época e ainda precisamos, e entregar o tratamento médico. Acredito que possa ser que tenha havido alguma convalescência, mesmo que parcial”, disse.
Zanone cita que o estado mental pode estar no mesmo patamar, mas quem irá chegar a essa conclusão é a perícia médica.
A facada contra Bolsonaro
O atentado em Juiz de Fora aconteceu em 6 de setembro de 2018, poucos dias do 1° turno das eleições. Adélio Bispo foi preso no ato e confessou o crime. Sem dúvidas quanto à autoria, objeto de um primeiro inquérito, uma segunda apuração foi instaurada pela Polícia Federal para averiguar o envolvimento de terceiros e possíveis mandantes.
Em junho de 2020, com base nas conclusões da Polícia Federal, o Ministério Público Federal em Minas Gerais se manifestou pelo arquivamento provisório do inquérito policial. No documento enviado à Justiça Federal, a Procuradoria afirmou ter concluído que Adélio concebeu, planejou e executou sozinho o crime.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o réu já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha do então candidato à Presidência foi programado e que, portanto, o autor da facada não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime.
Os representantes da Procuradoria disseram ainda que Adélio não mantinha relações pessoais com nenhuma pessoa na cidade mineira, tampouco estabeleceu contatos que pudessem ter exercido influência sobre o atentado.
PF confirmou que o homem suspeito de ter esfaqueado o candidato Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi detido por populares e seguranças e conduzido por policiais federais para a Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora.
Os membros do MPF frisaram que ele não efetuou ou recebeu ligações telefônicas ou troca de mensagens por meio eletrônico com possível interessado no atentado ou pessoas relacionadas ao crime. Naquele mesmo mês, a Justiça Federal homologou o arquivamento.