Eduardo Bolsonaro culpa mulheres por cratera em SP
O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) associou o acidente das obras do metrô à contratação de engenheiras.
Publicado: 07/02/2022, 10:34
O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) associou o acidente das obras do metrô à contratação de engenheiras
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) culpou as mulheres pelo acidente durante as obras da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo. O equipamento apelidado de tatuzão perfurou uma tubulação de esgoto e provocou uma cratera que bloqueou a Marginal Tietê.
O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo com declarações misóginas e machistas associando o incidente à contratação de engenheiras em vez de homens. Ele compartilhou uma entrevista em que Stefania Riciulli, coordenadora de comunicação da Acciona, empresa responsável pela obra, defende a contratação de mulheres na empresa.
Com a publicação, Eduardo Bolsonaro atraiu a atenção do público e da Acciona, que integra a concessionária que faz as obras da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo. A empresa divulgou uma nota de repúdio contra o ataque machista do deputado.
"A ACCIONA, como uma empresa que tem o respeito à diversidade como um dos pilares de sua política de ESG, lamenta profundamente o teor dessa videomensagem que circula em redes sociais. A empresa considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras", disse a empresa.
"A ACCIONA tem programas especiais de estímulo à contratação de mulheres, inclusive na área de construção, e se orgulha dos seus profissionais. A empresa estuda as medidas judiciais cabíveis ao caso."
O Instituto de Engenharia também divulgou nota de repúdio ao vídeo "que desmoraliza colaboradoras de empresa que atua nas obras da Linha-6 Laranja do Metrô" e o classificou como um "desserviço à sociedade":
"O Instituto de Engenharia, entidade que há 105 anos congrega o bom exercício da profissão pelo Brasil, manifesta o total repúdio sobre o vídeo que desmoraliza mulheres que trabalham na Acciona, empresa responsável pela obra da Linha 6 do Metrô.
É inadmissível que esse tipo de mensagem seja compartilhada por qualquer pessoa. É um desserviço à sociedade, à evolução e um verdadeiro DESRESPEITO e DISCRIMINAÇÃO às profissionais envolvidas, quer engenheiras ou não.
O Instituto de Engenharia, por meio de seu Comitê para Valorização das Mulheres na Engenharia e Tecnologia, pede por respeito. Esse é o ingrediente essencial na construção de um futuro melhor em qualquer esfera da sociedade."
Com informações: Yahoo!Notícias.