Cotidiano
Privatizações de aeroportos trarão benefícios ao PR
Para o governador Ratinho Junior, os investimentos na
infraestrutura aeroportuária vão influenciar no desenvolvimento do Estado e na
ampliação do turismo
Quatro aeroportos paranaenses, incluindo os Aeroportos
Internacionais Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e das Cataratas, em Foz do
Iguaçu, foram a leilão nesta quarta-feira (7) na Bolsa de Valores (B3). O Bloco
Sul, do qual os terminais paranaenses fazem parte, foi arrematado pelo valor de
R$ 2,128 bilhões, um ágio de 1.534% da proposta inicial mínima de R$ 130,2
milhões. O lance foi dado pela Companhia de Participações em Concessões, do
grupo CCR.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o secretário
estadual da Infraestrutura, Sandro Alex, acompanharam o leilão na sede da B3,
em São Paulo. Além dos dois terminais internacionais, também serão concedidos
pelos próximos 30 anos os aeroportos Governador José Richa, em Londrina, e
Bacacheri, em Curitiba. A expectativa é que eles recebam investimentos na ordem
de R$ 1,4 bilhão, com obras de ampliação, manutenção e exploração da
infraestrutura dos terminais.
A sexta rodada de concessões aeroportuárias foi promovida
pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e contou com a negociação de 22
aeroportos em 12 estados brasileiros: Acre, Amazonas, Goiás, Maranhão, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e
Tocantins. No total, o governo federal arrecadou R$ 3,3 bilhões com o leilão.
Somente o Bloco Sul respondeu por 64% do valor total.
Para o governador Ratinho Junior, os investimentos na
infraestrutura aeroportuária vão influenciar no desenvolvimento do Estado e na
ampliação do turismo. “Uma boa malha área e estrutura aeroportuária fortalecem
o desenvolvimento econômico de qualquer país e qualquer estado. O Paraná se
consolida com alguns dos aeroportos mais modernos do País, em especial os
regionais como o de Foz do Iguaçu, agora com a maior pista do Sul do Brasil”,
afirmou.
Ele também destacou que a concessão permite a construção da
terceira pista do Afonso Pena, que vai ampliar a capacidade de carga e de voos
diretos dos Estados Unidos e da Europa, após participação ativa do Governo do
Estado e do setor produtivo no processo, e a inclusão dos terminais de Londrina
e de Curitiba.
“É uma demonstração de que o Paraná vem se desenvolvendo na
infraestrutura como um todo, incluindo a aeroportuária, que também é importante
para o desenvolvimento do turismo no nosso Estado, que é muito forte. Temos
essa vocação e agora, com essa força dos aeroportos, ela ganha mais
musculatura”, destacou o governador.
LEILÃO – O Paraná foi o estado com o maior número de
aeroportos leiloados, com destaque para o Afonso Pena, o principal terminal
negociado. No Bloco Sul, do qual o Estado faz parte, também foram ofertados os
aeroportos de Navegantes e Joinville, em Santa Catarina, e de Pelotas,
Uruguaiana e Bagé, no Rio Grande do Sul. O leilão contou ainda com outros dois
blocos: Central, com seis aeroportos nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, além
do Tocantins; e Norte, com a participação de sete terminais de quatro estados
do Norte do País.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas,
lembrou que a rodada envolvendo os aeroportos abre na B3 a Infra Week, uma
semana dedicada a leilões de concessão que incluem também uma ferrovia e cinco
áreas portuárias. Na quinta-feira (8) acontece o leilão de um trecho da
Ferrovia de Integração Oeste-Leste (BA) e na sexta-feira (9) de áreas dos
portos de Itaqui (MA) e Pelotas (RS).
Os leilões são promovidos pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em parceria com o Ministério da
Infraestrutura. A expectativa é contratar R$ 10 bilhões em investimentos no
setor de transportes para os próximos anos.
“Foi uma ousadia do governo federal lançar esses leilões em
um momento tão difícil. Temos um desafio no pós-pandemia que é a geração de
emprego, então é necessário contratar investimentos, tendo em mente que em
breve estaremos competindo com outros países do mundo em busca de ativos”,
explicou Freitas.
“O Bloco Sul foi muito importante nessa negociação, porque
tem o Aeroporto Afonso Pena, que é bastante movimentado e antes da pandemia
recebia 10 milhões de passageiros por ano. O Aeroporto de Foz do Iguaçu também
tem sua relevância, é o segundo principal destino turístico do Brasil hoje”,
acrescentou.
INVESTIMENTOS – O Aeroporto Internacional Afonso Pena era o
único das capitais da região Sul que ainda não tinha sido privatizado. A
previsão é que ele receba R$ 566,2 milhões de investimentos nos próximos 30
anos. A principal obra prevista é a construção da terceira pista, com extensão
de 3 mil metros, o que permitirá pousos e decolagens simultâneos, ampliação da
capacidade e a possibilidade de receber voos diretos da Europa e dos Estados
Unidos. Também estão previstas a ampliação da área de embarque de
passageiros, do pátio principal, a construção de um novo pátio, criação
de uma ponte de embarque, entre outras obras.
O Aeroporto Internacional das Cataratas é o segundo
principal do Bloco Sul, com a previsão de receber investimentos de R$ 512,3
milhões no período de concessão. A unidade passou por investimentos recentes e
nesta quarta-feira será inaugurada a obra de ampliação da pista, fruto do
convênio entre Governo do Paraná, Infraero e Itaipu Binacional, com
investimento de R$ 69,4 milhões. Com a concessão, o aeroporto ganhará uma nova
pista de 3 mil metros, aumentando sua capacidade de voos internacionais.
Para o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, as
melhorias no terminal ajudarão Foz do Iguaçu a se consolidar como um dos
principais destinos turísticos do País. “Temos um grande potencial e em um País
continental como o nosso não se pode pensar em turismo sem o desenvolvimento da
aviação”, afirmou. “Com as melhorias, aumentará muito em Foz o volume de
tráfego de grandes aeronaves, de grandes companhias mundiais que antes não
operavam na cidade”.
Em Londrina, a promessa é que o aeroporto ganhe
principalmente em conforto. Serão investidos R$ 273 milhões, com duas fases
de obras, incluindo ampliação e melhorias na pista, construção de novo
terminal de passageiros e melhoramentos no terminal já existente, além de
construção e adequação das pistas de taxiamento. Já o Aeroporto do
Bacacheri deve dobrar sua capacidade de atendimento com a melhoria da
infraestrutura já existente. As obras neste aeroporto devem somar R$ 43,1
milhões.