Cotidiano

Juntas, as aeronaves têm capacidade para transportar em torno de 3 mil quilos por viagem.
Foto: AEN
Paraná usará frota aérea para transportar vacinas
Três aviões e um helicóptero serão incorporados à frota de
caminhões para agilizar o transporte do imunizante para as 22 Regionais de
Saúde do Estado
O Governo do Estado apresentou nesta sexta-feira (15) parte
da estrutura logística que será usada na distribuição das vacinas contra a
Covid-19 no Paraná. Três aviões e um helicóptero serão incorporados à frota de
caminhões para agilizar o transporte do imunizante para as 22 Regionais de
Saúde, atingindo todo o Estado. A intenção é garantir a aplicação da vacina nos
paranaenses o mais rapidamente possível. O evento com a participação de
técnicos da Saúde e da Casa Militar ocorreu no Aeroporto do Bacacheri, em
Curitiba.
De acordo com a Casa Militar, um novo avião, em fase final
de aquisição pelo Governo, será integrado ao sistema de imunização em até 30
dias. E, se necessário, a frota que atende a Segurança Pública também pode ser
utilizada.
“Vamos usar a experiência adquirida no transporte de órgãos
para transplante, em que o Paraná é referência, e também nos testes para a
Covid. Só no ano passado foram 500 horas/voo, garantindo agilidade e rapidez”,
destacou o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Welby Pereira Sales.
Ele ressaltou que o transporte para o Interior será feito
por meio de rotas aéreas, atendendo mais de uma Regional da Saúde por viagem. O
planejamento é para que as aeronaves sejam usadas em deslocamentos maiores.
Com o ingresso das aeronaves, o tempo de deslocamento para
que todos os municípios sejam abastecidos é estimado em 48 a 72 horas. “O
helicóptero, por exemplo, pode ser utilizado para chegar em locais de difícil
acesso”, disse. “Será um serviço de excelência, com a vacina chegando o mais
rapidamente possível para a população”, acrescentou o chefe da Casa Militar.
ECONOMIA – Sales reforçou que o novo avião, um King
Air, foi comprado pelo Estado com os recursos economizados com a devolução do
jatinho alugado que em outras gestões atendia ao governador. A medida foi
determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e integrou a reforma
administrativa que tornou o Estado mais enxuto.
“E a frota do Governo não vai aumentar, já que com a chegada
desta aeronave, duas outras antigas, do tipo Caravan de 1985, serão leiloadas”,
explicou.
VACINAÇÃO – O processo de vacinação no Paraná vai
seguir o Plano Nacional de Imunização (PNI) elaborado pelo Governo Federal. O
Ministério da Saúde espera começar na próxima semana as imunizações dos grupos
considerados de risco. A estimativa é que o Estado receba 100 mil dos 2 milhões
de doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo
Laboratório AstraZeneca. As vacinas serão importadas do Instituto Serum, um dos
centros da AstraZeneca para a produção da vacina na Índia, pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Além disso, destacou o secretário de Estado da Saúde, Beto
Preto, a expectativa é por outras 300 mil doses do imunizante Coronavac, do
laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai
se reunir no domingo (17) para discutir os pedidos de autorização para uso
emergencial dos imunizantes.
De acordo com o secretário, o grupo prioritário estadual é
formado por cerca de 272 mil profissionais da linha de frente do combate à
Covid-19, índios acima de 18 anos mapeados em comunidades isoladas de 30
municípios do Paraná e idosos que vivem em asilos e casas de repouso. “Será um
processo que deve durar o ano todo, de forma escalonada conforme forem chegando
as vacinas. Mas a ideia é conseguir imunizar o grupo de risco em até 90 dias e
quatro milhões de paranaenses até o fim de maio”, afirmou Beto Preto.
TRANSPORTE TERRESTRE – Além das aeronaves, o Governo do
Estado conta com quatro caminhões com baús refrigerados, todos monitorados por
satélite, para distribuição das vacinas. Cada veículo tem capacidade de
transportar aproximadamente 228 mil frascos do imunizante.
Com a incorporação da frota aérea, o planejamento prevê
utilizar os caminhões para viagens mais curtas, com o deslocamento para cidades
próximas de Curitiba. Os principais centros de distribuição dos materiais
funcionam na capital.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, esses veículos costumam
transportar por mês de 600 mil a 1 milhão de doses de vacinas para outras
doenças.
Outros nove caminhões estão à disposição para o carregamento
da chamada carga seca, formada por luvas, seringas, agulhas, máscaras, aventais
e outros itens. Cinco são da Secretaria da Saúde e quatro da Defesa Civil do
Paraná. Cada veículo consegue transportar 18 toneladas de material.
O deslocamento deste material para as 22 Regionais de Saúde
começou nesta sexta-feira (15). “A ordem do governador Ratinho Junior é para
imunizar o Paraná por inteiro, todos os 399 municípios. A vacina será
distribuída de maneira igualitária, atendendo a todos os paranaenses”, reforçou
o secretário.
Apenas entre agulhas e seringas, o Estado conta atualmente
com 11 milhões de unidades em estoque, quantidade que vai saltar para 27
milhões nos próximos dias com a compra de mais 16 milhões, em fase final de
aquisição pela Secretaria de Estado da Saúde.
Os materiais para a campanha
de vacinação contra a Covid-19 estão centrados em dois pontos principais de
Curitiba: o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), para vacinas e carga
seca, e o Ginásio de Esportes do Tarumã, apenas para carga seca.
Desses locais saem todos os produtos que vão garantir o
processo de imunização contra o coronavírus em todos os 399 municípios
paranaenses. São ao todo 1.850 salas de vacinação.
A estrutura paranaense conta ainda com 21 câmaras frias já adquiridas e outras 180 em processo de aquisição. Mais 31 câmaras frias para armazenamento serão compradas em parceria com o governo federal. O Estado dispõe também de freezers para produção de gelo, equipamentos de ar-condicionado, contêineres refrigerados de 40 pés para armazenamento de 100 mil doses de vacinas, caminhões refrigerados para distribuição de imunizantes e a perspectiva de implantação de câmaras modulares para armazenamento de frios nas Regionais de Saúde.
Secretário pede para que imunização seja concentrada nas salas de vacinação
O secretário de Estado da Saúde Beto Preto solicitou aos
municípios que priorizem usar as 1.850 salas de vacinação existentes no Estado
para a campanha de imunização contra o coronavírus. De acordo com ele, os
locais estão preparados e são apropriados para o processo.
“Temos toda a estrutura disponível nas unidades básicas de
saúde, seguindo as orientações de outras campanhas de imunização. E a população
de cada município será vacinada no próprio município. Não precisa se deslocar
para outro centro urbano maior”, disse. “Não podemos perder a referência da
atenção básica de saúde, em todos os municípios”.
Ele destacou que o mutirão da vacinação deve reunir entre 6
mil a 10 mil profissionais da saúde em todo o Estado. “A vacina está muito
perto, pode começar dia 20, 21, 22, dependendo da decisão da Anvisa e do
Ministério da Saúde”, reforçou Beto Preto.