Faturamento das cooperativas deve superar R$ 100 bi

Crescimento previsto, em relação a 2019, é superior a 17%. Número de empregados no setor teve alta 

O ano de 2020 foi difícil para muitos setores empresariais, que reduziram (algumas, em muito) a movimentação financeira e os negócios. Contudo, no agronegócio o panorama foi diferente: uma série de fatores favoráveis fez com que empresas, cooperativas e produtores ampliassem seus ganhos. A prova disso foi mencionada, na manhã desta sexta-feira (4), pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, que em seu pronunciamento, ao abrir o evento, mencionou um faturamento recorde para o setor cooperativista. De acordo com ele, a estimativa de faturamento para este ano é de R$ 100 bilhões, o que representa um crescimento superior a 17% em relação aos R$ 85 milhões registrados em 2019. 

Com isso, as 217 cooperativas paranaenses vinculadas à Ocepar devem finalizar o ano alcançando os objetivos previstos no PRC100, o planejamento estratégico do setor, especialmente a meta financeira. “Apesar das dificuldades econômicas que a pandemia proporcionou, das quais ninguém estará imune, as cooperativas do Paraná geraram quase 10 mil novos empregos em 2020 e devem confirmar a meta do Plano Paraná Cooperativo, de atingir movimento econômico de R$ 100 bilhões ao ano, com resultados positivos na geração de trabalho, impostos e na renda de milhões de paranaenses”, resumiu Ricken.

As cooperativas vinculadas à Ocepar representam sete diferentes ramos (agropecuário, saúde, crédito, transporte, infraestrutura, consumo e trabalho, produção de bens e serviços), dos quais, o agro representa a maior participação no faturamento. Hoje as cooperativas paranaenses reúnem mais de 2,5 milhões de cooperados e cerca de 116 mil profissionais contratados – número de contratados que cresceu em relação a 2019, quando o número registrado era de 107 mil colaboradores.

Ainda de acordo com Ricken, o apoio ao cooperado foi mantido, os empregos foram preservados e há expectativas positivas em relação a novos investimentos, principalmente em infraestrutura e agroindústria, “O PRC 100 alcançou seu propósito e, agora, um novo plano, o PRC 200, está sendo estruturado para dar suporte às demandas e aos investimentos das cooperativas para os próximos anos”, acrescentou.

Exportações e alta do dólar contribuíram para o crescimento 

Alguns dos fatores que beneficiaram a ampliação do faturamento foi a alta do dólar, que elevou o preço da comercialização dos produtos, e também o crescimento das exportações, diante da demanda internacional por alimentos. Além disso, como explicou Ricken, durante a pandemia, o setor não poderia suspender as atividades. “Se não pudemos parar, porque nossas atividades são essenciais, tivemos que aperfeiçoar nossa forma de trabalhar, com mais segurança e cuidado com a saúde. Imagine só, se além do risco da doença, houvesse falta de comida na mesa das famílias. Aí, sim, seria o caos”, acrescentou