Acionistas minoritários da BRF aprovam fusão com a Marfrig

Os minoritários da BRF deram sinal verde — com 71,4% dos votos — para a fusão com a Marfrig, que criará a MBRF. No entanto, a operação ainda enfrenta questionamentos sobre a relação de troca de ações, exigência de mais transparência e adiamentos da assembleia pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Se tudo caminhar conforme o esperado, a fusão poderá ser aprovada em definitivo em 5 de agosto.

A proposta estipula que cada ação da BRF será convertida em 0,8521 ação da Marfrig. Como parte do acordo, a BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em dividendos e a Marfrig até R$ 2,5 bilhões aos seus acionistas. Combinadas, as duas empresas esperam gerar sinergias anuais de cerca de R$ 805 milhões — R$ 400 a 500 milhões nos primeiros 12 meses e o restante no médio e longo prazo. A MBRF terá faturamento consolidado estimado em R$ 152 bilhões no último ano.

Apesar da maioria favorável, investidores da família fundadora da Sadia (Fontana) e o fundo Previ colocaram em dúvida a transparência da operação. Alegaram que a relação de troca favorecia apenas a Marfrig e pediram à CVM a suspensão inicial da AGE, que acabou sendo prorrogada por 21 dias para complementação de dados. Antes, em junho, ambas solicitaram aprovação ao Cade para oficializar a operação, visando permitir um crescimento global sem ruídos regulatórios.

A CVM determinou que mais informações fossem incluídas antes de retomar o processo. Em paralelo, a Minerva Foods também contestou a operação junto ao Cade por possíveis riscos à concorrência.

Com informações da News Agrofy.