Suspensão do Plano Safra pode prejudicar agronegócio dos Campos Gerais
Sicredi e Banco do Brasil, dois dos maiores operadores de crédito da região, estimam repassar em torno de R$ 6 bilhões através de subsídios, entretanto, valor seria afetado após a decisão do Governo Federal
Publicado: 21/02/2025, 18:51

Conforme levantamento realizado pelo Portal aRede, dois dos maiores operadores de crédito da região dos Campos Gerais estimam repassar mais de R$ 6 bilhões através de subsídios do Plano Safra 2024/2025. Entretanto, na manhã desta sexta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou a suspensão temporária das linhas de crédito.
Conforme divulgado pela Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP, a cooperativa estima operar cerca de R$ 2 bilhões em linhas de investimento e custeio para o produtor. Parte do valor já vem sendo negociado desde julho de 2024, início do Plano 2024/2025. Entretanto, o valor não diminuiria por conta da suspensão.
Em conversa com o Portal aRede, a equipe de comunicação informou que, no momento, a empresa não irá se posicionar a respeito da decisão do Governo Federal.
No mesmo programa, o Banco do Brasil previa em torno de R$ 4 bilhões em crédito através do Plano Safra 2024/2025 para a região. Da mesma maneira, o valor também seria comprometido após a decisão de suspender as linhas de crédito. Possuímos um amplo e completo portfólio que atende aos produtores rurais, suas empresas e cooperativas”, informou o banco.
Sobre o assunto, a instituição afirma que irá aguardar o restabelecimento das operações – medida anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde desta sexta. “Aguardamos o restabelecimento. Caso contrário, o Banco do Brasil continua financiando o agro por meio de linhas de crédito com recursos próprios”, afirmou em resposta.
LIDERANÇAS ESTADUAIS - Lideranças estaduais e representantes do Governo do Paraná repudiaram a ação do Governo Federal.
O deputado estadual e 3º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Moacyr Fadel (PSD), alertou que a decisão do Governo Federal resultará em transtornos para os produtores e acredita que poderá atrasar a produção.
“Atrasando a nossa produção, existe um grande risco de diminuirmos ela no próximo ano, aumentando os preços, que já não estão baratos nas prateleiras. Mais uma vez, quem paga o preço é o produtor e o nosso povo”, ressaltou Fadel. Ele ainda afirma que a suspensão do Plano Safra é uma irresponsabilidade.
Por sua vez, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD) também criticou a decisão. "É realmente um tiro no pé a decisão do Tesouro Nacional de suspender novas contratações de linhas de financiamento para o Plano Safra 2024/2025. Em um momento em que o país enfrenta uma inflação alarmante e a carestia dos alimentos afeta a todos", disse Romanelli.
Questionada pelo Portal aRede, a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) afirma que, no momento, não irá divulgar um posicionamento a respeito da decisão do Governo Federal.