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Supersafra não garante rentabilidade aos produtores rurais

Em uma comparação direta, com o mesmo período de 2016, o produto que teve a maior queda nos preços é o feijão

Em uma comparação direta, com o mesmo período de 2016, o produto que teve a maior queda nos preços é o feijão
Em uma comparação direta, com o mesmo período de 2016, o produto que teve a maior queda nos preços é o feijão -

Fernando Rogala

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A previsão pode até ser de uma ‘supersafra’ de grãos, podendo ser a maior da história para o Estado do Paraná e a segunda maior para a região dos Campos Gerais. Mas a empolgação dos produtores rurais é imediatamente anulada quando se atentam aos preços de venda desses produtos. Seja para a soja, milho e feijão, a rentabilidade das três principais culturas está abaixo da registrada no ano passado. Para algumas, culturas, há a possibilidade de que os custos com o plantio sequer sejam cobertos. Justamente por esse motivo que o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Edilson Gorte, é enfático: “Precisamos urgentemente de uma política agrícola séria”, resume.

Em uma comparação direta, com o mesmo período de 2016, o produto que teve a maior queda nos preços é o feijão. Se este grão, de cor, era comercializado, em média, por R$ 180 no dia 19 de fevereiro de 2016, agora este valor pago está em R$ 120. Ou seja, uma baixa de 33%. Se comparar com outros períodos do ano passado, essa diferença fica muito mais evidente. “No ano passado teve gente que vendeu até a R$ 400, porque o feijão estava em falta. Neste ano, a produtividade foi boa no Brasil inteiro, e, com isso, como teve gente da região que não conseguiu vender antes, teve produtor vendendo até a R$ 80, para não perder”, recorda, destacando a famosa lei da oferta e procura. Neste ano, a produtividade na primeira safra regional foi 21% superior à registrada no ano passado.

No caso do milho, a diferença é um pouco menor, com a queda de R$ 33 (19 de fevereiro de 2016) para R$ 27,50 (20 de fevereiro de 2017), em média. Mas, em uma análise mais ampla, a situação é preocupante. “Faltou milho no ano passado, porque muita gente não plantou, e o preço chegou aos R$ 50 reais a saca. Hoje a expectativa é de R$ 15 no Mato Grosso. O produtor não está tendo vantagem porque está ficando abaixo do custo; não tem como plantar”, diz. A expectativa é que, nos Campos Gerais, a produção suba 55%. Já para a soja, diretamente influenciada pela bolsa de Chicago, sofreu o impacto da queda do dólar. O preço médio caiu de R$ 70 para R$ 67. E a produção vai crescer apenas 2% nos Campos Gerais.

É por esse motivo que Gorte ressalta a necessidade de uma política agrícola séria, que estabeleça um preço mínimo à agricultura. “Precisamos de preço que seja bom para o agricultor, consumidor e às fábricas de rações. Tem que sem um preço condizente para que todos paguem seu custo e uma receita mínima, condizente com os riscos, de modo que a população possa comprar o feijão com preços compatíveis”, destaca.

Safra recorde gera maior movimento no Porto de Paranaguá

A safra de verão deste ano deve ser recorde e os primeiros sinais já são sentidos no Porto de Paranaguá. Com a demanda do mercado externo em alta, os embarques de soja pelo porto paranaense fecharam janeiro em alta de 15%. Foram 432 mil toneladas exportadas no primeiro mês de 2017 . A safra começou a ser colhida ao longo do mês e, segundo os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), os volumes colhidos devem ser superiores aos registrados nas safras anteriores.

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