Deral prevê alta de 10% na produção da safra de grãos na região
Perspectiva é de que apenas na primeira safra a produção alcance a marca de 3 milhões de toneladas nas cidades dos Campos Gerais. Até o início de dezembro, as condições se mostraram favoráveis para que a estimativa seja consolidada
Publicado: 13/12/2024, 01:12

Após duas colheitas abaixo do esperado, tanto na safra de verão 2023/24, quanto na safra de inverno, há um grande otimismo para a safra de grãos que está plantada no campo, do ciclo 2024/25. Tanto para o feijão quanto para o milho, que são plantados antes, as condições climáticas foram favoráveis nos ciclos iniciais, bem como a soja que já foi plantada apresenta boas condições, sem problemas maiores com o clima. A Projeção Subjetiva de Safra (PSS), elaborada mensalmente pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, aponta que somados os três principais cultivares de verão, a produção de grãos nos municípios dos Campos Gerais (Regional Ponta Grossa) deve crescer 10,65%, na comparação com a safra anterior, alcançando a marca de 3 milhões de toneladas apenas na primeira safra.
Os dados do levantamento revelam que para esta safra, houve uma preferência pelo plantio de soja e de feijão, reduzindo a área plantada de milho. A área plantada com soja passou de 543,4 mil hectares para 545 mil, em um incremento de 1.620 hectares. Esse valor corresponde a 84,3% da área plantada na região para a safra de verão. O crescimento maior foi do feijão, de 27,7 mil hectares para 34,2 mil hectares, o que significou um aumento de 6,5 mil hectares, em alta de 24% - a área plantada de feijão passou a representar 5,3% da safra. Já o milho teve uma retração de 7,93 mil hectares, ao baixar de 74,5 mil hectares plantados para 66,6 mil hectares. Com isso, a área plantada com milho na região passou a representar 10,3 % do total.
Somente na soja, por exemplo, a expectativa é de que o total produzido aumente quase 200 mil toneladas. O montante de 2,01 milhões de toneladas produzidas deve crescer para 2,20 milhões de toneladas, o que se confirmaria a terceira maior safra de soja da história dos Campos Gerais. A perspectiva é de que esse valor seja alcançado com um rendimento médio de 4.050 quilos por hectare, o que é 9,1% superior à safra anterior e o segundo maior valor já registrado na região. “Até o momento, a safra atual está indo bem; se vislumbra uma boa safra. O clima tem sido favorável e as culturas estão com boas condições de desenvolvimento, tanto na soja, no milho e no feijão”, explica o economista do núcleo regional de Ponta Grossa do Deral, Luiz Alberto Vantroba. Em todo o Paraná, a previsão inicial é que sejam plantados 5,8 milhões de hectares, o que representa aumento de 0,5% sobre o ciclo anterior.
MILHO
Mesmo com uma redução de 10,6% na área plantada de milho, a perspectiva é de que a produção total desta safra seja superior à da safra anterior. A estimativa do Deral é de que o rendimento médio por hectare alcance a sua melhor marca, na casa de 11,05 mil quilos (alta de 22,7% em relação aos 9 mil quilos por hectare da safra anterior), o que resultaria em uma produção total de 735,9 mil toneladas. Na safra 2023/24, essa média de produção foi de 671,2 mil hectares, o que significa uma alta de quase 10% para a safra atual.
A queda na área plantada, porém, não é apenas uma tendência regional: para todo o Estado do Paraná, há projeção de área 9,6% menor, ocupando 267,7 mil hectares, o que seria a menor da história. No ciclo anterior, a primeira safra teve 296 mil hectares.
Feijão tem maior aumento no plantio
O cultivar que tem a maior projeção de crescimento de produção é o feijão. Já com a área 23,55% maior, a perspectiva é de que o rendimento por hectare aumente em 54,6%, o que resulta em uma produção de 2,1 mil quilos por hectare – na safra anterior, esse rendimento na regional de Ponta Grossa foi de apenas 1,3 mil quilos por hectare. Com isso, o Deral projeta que a produção de feijão na primeira safra irá quase dobrar em relação ao ciclo anterior, aumentando 91%, ao passar de 37,6 mil toneladas para 71,9 mil toneladas. Em todo o Paraná, o aumento na área plantada de feijão está na casa dos 22%. “É o incremento mais importante pelo menos dos últimos 10 anos, quando vinha sistematicamente perdendo área para a soja”, disse o agrônomo Carlo Hugo Godinho. Segundo ele, os produtores têm agora uma nova opção de venda, que é a exportação de feijão preto. “Isso fez com que os preços se mantivessem mais estáveis e atrativos”, disse.
Condições são favoráveis
Até o fechamento desse caderno especial, as condições climáticas eram favoráveis, e todos os três principais cultivares estão em excelentes condições. Na CT Agro, holding rural agrícola que administra a fazenda Campina do Tigre, o empresário rural Márcio Krzyuy destaca que até novembro as condições estavam boas, com ótimas perspectivas de colheita, tanto na soja quanto no feijão. A mesma situação era observada na Fazenda Dona Mathilde nos últimos dias de novembro. “No feijão, o plantio está espetacular. A soja, que foi plantada antes de colher o trigo, também está maravilhosa. E o milho também está muito bom. De antemão, dá para dizer que será uma boa safra”, explica Edilson Gorte.