Coluna Fragmentos: A datilografia e as máquinas de escrever | aRede
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Coluna Fragmentos: A datilografia e as máquinas de escrever

A coluna ‘Fragmentos’, assinada pelo historiador Niltonci Batista Chaves, publicada entre 2007 e 2011, retorna como parte do projeto '200 Vezes PG', sendo publicada diariamente entre os dias 28 de fevereiro e 15 de setembro

Anúncio da Comaques, empresa ponta-grossense especializada na comercialização e assistência técnica de máquinas de escrever, publicado no JM em 12 de agosto de 1977
Anúncio da Comaques, empresa ponta-grossense especializada na comercialização e assistência técnica de máquinas de escrever, publicado no JM em 12 de agosto de 1977 -

João Gabriel Vieira

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Sem dúvida alguma esse início de século se encaixa naquilo que o geógrafo Milton Santos definiu em um de seus livros como “tempos rápidos”, ou seja, um curto período de tempo no qual se verificam mudanças tecnológicas, comportamentais e culturais de grande porte.

Por exemplo, para as gerações que nasceram a partir da década de 1980 objetos como o disco de vinil, a TV em preto e branco, a fita cassete e o aparelho telefônico com disco numérico são verdadeiras peças de museu. Assim também acontece com a máquina de escrever. Até o início dos anos 90 esse objeto era peça indispensável em qualquer escritório, repartição pública ou domicílio onde existissem estudantes ou profissionais como contadores, advogados ou professores.

As primeiras máquinas de escrever apareceram na Inglaterra no início do século XIX, mais precisamente em 1714, ano em que o engenheiro Henry Mills patenteou seu projeto de um engenho mecânico que imprimia letras em papéis através de varetas metálicas contendo tipos na extremidade. O invento de Mills tinha uma finalidade específica: auxiliar aos cegos a escrever. Somente um bom tempo depois, já no século XIX, é que a tal máquina passou a ser compreendida como um objeto de uso comum e possível de ser produzida industrialmente.

No ano de 1868, três inventores de Milwakee, nos Estados Unidos, criaram a primeira máquina de escrever que se aproxima da estrutura que a tornou popular. Pouco depois venderam a idéia para a Remington & Sons, uma empresa especializada na produção de máquinas de costura e de armas, mas que percebeu as potencialidades de um engenho capaz de padronizar a escrita. Assim, em 1874, foram colocadas no mercado as primeiras máquinas de escrever produzidas em escala industrial e que levavam a assinatura do fabricante: Remington.

Até aparecerem os computadores domésticos a máquina de escrever reinou absoluta, tornando-se um dos objetos mais populares e característicos da tecnologia do século XX. O som inconfundível de suas alavancas batendo no papel e do carrossel sendo puxado de volta a cada linha escrita, ficou imortalizado em uma cena clássica do cinema, protagonizada pelo comediante Jerry Lewis (Errado Pra Cachorro, 1963) na qual ele datilografa alucinadamente em uma máquina de escrever invisível. Certamente, este som, que sobreviverá por um bom tempo na memória coletiva da humanidade, se constitui em uma referência simbólica do século passado.

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 12 de outubro de 2008.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

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