Projeto empreendedor movimenta escola em Carambeí
Turmas de primeiro a quinto ano da instituição de ensino Theresa Gaertner Seifarth participaram de iniciativa do Sebrae; professora cita dinâmica e benefícios de proposta iniciada em abril
Publicado: 20/09/2022, 15:52
A Escola Municipal Professora Theresa Gaertner Seifarth, em Carambeí, contou com a aplicação do Projeto do Sebrae – JEPP (Jovens Empreendedores Primeiros Passos), durante os meses de abril a setembro de 2022, do primeiro ao quinto ano da instituição de ensino. A professora Jaqueline Ferreira Gomes dos Santos comenta todos os tópicos trabalhados nas turmas.
Primeiramente, cita a docente, os primeiros anos A e B estudaram sobre a apostila ‘O Mundo das Ervas Aromáticas’, onde puderam aprender sobre a natureza (cuidados, perfumes, aromas extraídos das frutas, flores, plantas e alimentos). Assim, as crianças deram o nome de sua microempresa de PEROMA (perfume e aroma). O plano de negócios contou com saches, escaldas pés, sabonetes e vendas de flores na feira.
“No 2º ano A estudaram Temperos Naturais, microempresa Espanha Campesina, e 2º ano B, microempresa Temperinhos do Chico Bento. Pesquisaram sobrea a zona urbana, vida atribulada de alimentos e temperos industrializados, e com isto veio a reflexão sobre a vida tranquila do campo, de feições preparadas com temperos naturais”, aponta a educadora.
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Ainda, houve estudo sobre sal e seus benefícios, assim como seu excesso que pode causar pressão alta no ser humano. Assim, fez com que valorizassem a pequena horta e o preparo de alimentos com temperos naturais, fechando com um plano de negócios para a feira com sal temperado, salsa, cheiro verde e suco de abacaxi com hortelão.
No 3º ano A foi a vez da microempresa ‘DIVERCICLE – Diversão com Reciclagem’ e no 3º B ‘INFACATA – Infância com Sucata’, com o símbolo de robô feito de materiais eletrônicos reciclados do museu do Nemo em Amsterdã na Holanda, personagem da obra de Julio Verne. Os alunos se envolveram no tema da apostila, ‘Oficina de Brinquedos Ecológicos’, e estudaram acerca da questão do lixo como um problema para todo o planeta, a preservação da natureza por meio da reciclagem.
“Construíram brinquedos de forma lúdica e descobriram que reciclar é uma necessidade de preservação ambiental e, sobretudo, dar destino correto ao lixo e acabar com o consumismo exagerado na sociedade atual. Também, aprenderam sobre a importância do orçamento familiar e empresarial para o equilíbrio dos gastos e assim aprenderam a economizar. Enquanto linha de produção, os alunos fabricaram quebra-cabeças, jogo tangram, jogo da velha feitos com embalagens de caixas de leite. Como compromisso familiar, as turmas fizeram brinquedos com materiais recicláveis em casa, os quais trouxeram para vender na feira”, cita Jaqueline.
A professora segue nos quartos anos A e B que trabalharam com a locadora de brinquedos, com a microempresa ‘LOCABRINK’. Os brinquedos foram doados pela comunidade escolar, locados nos meses de agosto e setembro durante o intervalo do almoço, com uma turma por dia na locadora. A quantia paga pelo aluguel era de R$ 0,50 e havia um grupo responsável da empresa para atender a demanda. Outro ponto foi o desenvolvimento da Companhia de Teatros.
“Estes foram adaptados para o tema empreendedorismo, por meio dos clássicos infantis. As peças receberam os seguintes nomes: Chapeuzinho Vermelho Vai às Compras (4º ano A) e Porquinhos Empreendedores (4º ano B). A estreia dos teatros aconteceu como abertura do JEPP para os pais e comunidade escolar. Neste dia, a locadora cobrou o valor de R$ 0,50 o ingresso para todos assistirem as peças teatrais. O lado artístico se sobressaiu, as peças trouxeram alegria ao público e reflexão sobre ser um empreendedor consciente – aquele que precisa ficar atento ao consumismo exagerado e também a necessidade do equilíbrio empresarial e familiar nos diversos orçamentos”, pontua a educadora.
Para os quintos anos A e B houve o tema ‘Cores e Sabores’, onde os alunos puderam aprender acerca dos alimentos, suas propriedades, o desperdício, cuidados de higiene, preparo e limpeza dos insumos. Houve a aplicação de conceitos matemáticos como cálculos, tabelas, gráficos (tratamento de informações). Segundo Jaqueline, os alunos puderam se tornar pesquisas das receitas práticas de sabores e cores, percebendo a realidade, por experiência de culinária, sobre como é desenvolver uma receita para vender dentro dos requisitos sanitários.
“Assim, pesquisaram todos os aspectos de estrutura e funcionamento que uma empresa alimentícia deve ter para vender seus produtos e ter sucesso. Desta forma, o 5º ano A microempresa ‘CONFEITARIA DO AMOR’, desenvolveu a receita de brigadeiro frio (240 doces), e o 5º ano B microempresa ‘DELÍCIAS COM ÁGUA NA BOCA’, confeitaria de bolachas de fubá (produção de 1000 bolachas). Também, houve troca de receitas e composição dos cadernos de culinária para os alunos e suas famílias”, aponta a professora.
Para fechar, houve o interesse em dois empreendedores: Walt Disney e Maurício de Sousa, com desenvolvimento de estúdio de desenho em toda a escola. O resultado foi que as crianças ampliaram a coordenação motora fina, senso estético e criatividade, surgindo diversos desenhistas que perceberam que os desenhos estão em tudo: cartazes, revistas em quadrinhos, panfletos, desenhos animados e filmes, bem como ramos profissionais como engenharia, publicidade, arquitetura, moda e outros.
“Considero relevante ressaltar que todos os alunos da escola participaram do projeto JEPP, realizaram suas produções e estudaram para vender seus produtos na feira. Sendo assim, cada empresa envolveu vários setores, desde as linhas de montagem em sua estrutura e funcionamento. Desta maneira, os alunos que venderam os produtos da feira estavam representando todos os outros que se envolveram na linha de montagem. Conceitos matemáticos foram trabalhados envolvendo cálculos diversos”, complementa a docente.
A feira ocorreu no dia 16 de setembro, sendo especial para os alunos, pois houve a contemplação dos resultados realizados durante o projeto, além de verem sua empresa funcionando com sucesso de vendas e superando as expectativas. Durante o processo, pontua a educadora, foram trabalhados temas de cooperação, ética, concorrência leal e valores.
“É importante ressaltar que a escola toda se envolveu de maneira integrada: equipe gestora, professores, profissionais e pais assumiram a relação de interdependência, um colaborando com outro, delegando funções tudo em prol da aprendizagem dos alunos. As situações educativas foram pensadas em termos de estrutura e funcionamento para que as empresas formadas pelos alunos tivessem uma linha empreendedora de bons produtos, com embalagens, rótulos e propagandas”, explana Jaqueline.
Por fim, a professora conclui. “Em síntese, o que mais definiu este projeto é que as crianças foram protagonistas de todas as ações educativas. Tendo como consequências inúmeros aprendizados. Contudo, para nós educadores, o mais importante foram as vivências significativas do trabalho da vida do adulto no universo infantil, ou seja, aprendizagem com sabor de infância repleto de sorrisos dos alunos, ‘os protagonistas desta história empresarial de sucesso’”.
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