Pesquisadora da UEPG diz que escolas precisam estar prontas para tempestades
Em setembro deste ano, Elizabeth Schmidt (União), prefeita de Ponta Grossa, anunciou vistorias nas estruturas dos CMEIs e escolas do município para evitar destelhamentos e alagamentos nas instituições
Publicado: 19/11/2025, 18:27

"É preciso pensar em construir escolas e casas resistentes", disse Karin Linete Hornes, professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em entrevista concedida a equipe de Jornalismo do Portal aRede/Jornal da Manhã nesta quarta-feira (19).
A professora de Geografia, junto aos alunos do grupo de pesquisa "Conhecendo o tempo e clima na estação meteorológica: como prevenir desastres e promover a resiliência das comunidades”, compartilhou informações sobre a importância do preparo das cidades com o acontecimento de fenômenos meteorológicos como tornados, a exemplo do acontecimento recente em Rio Bonito do Iguaçu, cidade localizada no centro-sul do Paraná.
Karin visitou a cidade atingida pelo tornado, e lembrou de outra situação vivida por ela há dez anos. "Foi muito difícil. Vivi também o tornado de Marechal Cândido Rondon, em 2015, e são momentos que se tornam inesquecíveis pelo dano causado, não somente em termos estruturais, mas psicológicos. Nos reparamos com uma cena de grande destruição, com pessoas em choque, tentando iniciar a vida novamente", diz.
TORNADO - A especificidade do fenômeno de um tornado é explicada pela pesquisadora. "Furacões e ciclones atingem principalmente áreas litorâneas, e o que aconteceu lá foi um tornado. Ele é classificado de acordo com os danos produzidos, porque desta forma é possível estimar a velocidade dos ventos, por meio da escala Fujita melhorada, que é utilizada oficialmente", diz.
O relevo da cidade influencia na dinâmica dos ventos, mas não exclui a possibilidade da ocorrência de um tornado, mesmo em Ponta Grossa, conhecida por seu relevo acidentado e alternado entre cânions e variações de altitude. "O relevo pode influenciar, sim, na dinâmica dos ventos, mas para isso, precisamos ver as estruturas das casas, e também a força do tornado", explica Carlos Fernando Psibiovski, integrante do grupo de pesquisa.
Karin reforça que a ocorrência de tornados não é incomum, e existem registros do fenômeno em Ponta Grossa desde 1927. "O tornado de São João Maria, de 1927, é uma prova disso, e também há o tornado que atingiu o Jardim Amália em 2016. Entretanto, nossos mapas seguem em atualização. O desastre que mais atinge a cidade se refere aos vendavais, e esta informação é importante, porque a partir dela, precisamos pensar na construção de uma cidade resiliente a estes fenômenos".
ESPAÇOS PÚBLICOS - A pesquisadora aponta que é preciso ter uma organização definida para orientações à população e planejamento de edificações no município, com destaque aos espaços públicos utilizados pelos moradores. "Principalmente as escolas, elas precisam ser resilientes, pois são o futuro do país, e muitas se encontram em situações precárias. É preciso cuidar destes locais para que as pessoas não sofram", declara Karin.
“Determinei a realização de vistorias preventivas em todas as escolas e CMEIs do município para garantir a segurança das nossas crianças. Determinei também que todas as escolas que possuem o mesmo tipo de estrutura da Dr. José Pinto Rosas sejam avaliadas imediatamente. É uma questão de rigor e responsabilidade, porque não tivemos um evento tão forte que justificasse essa queda”, declarou Elizabeth.
Na última quinta-feira (13), a prefeita também determinou a produção de um plano de reparos em todos os danos nas escolas da rede municipal de ensino da cidade, quando a Escola Glacy Camargo Secco e o CMEI Itamara Alves foram destelhados em decorrência das fortes chuvas.





















