Moção de repúdio à PGA e Zero Resíduos gera embate na Câmara de PG

Uma moção de repúdio contra as empresas Ponta Grossa Ambiental e Zero Resíduos gerou debate entre os vereadores da Câmara Municipal de Ponta Grossa. A proposta teve como motivação o impedimento dos vereadores Professor Careca (PV) e Teka dos Animais (União Brasil), membros da Comissão Especial de Investigação (CEI) da PGA, de fiscalizarem o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Vila Velha, localizado em Teixeira Soares - relembre o caso aqui.

O vereador Maurício Silva (PSD) foi o primeiro a se posicionar contra a moção. Apesar de elogiar o trabalho dos colegas, ele justificou seu voto contrário por questões técnicas relacionadas à jurisdição. “Ainda que a gestão do contrato seja do Município [de Ponta Grossa], me preocupa que a Câmara de Ponta Grossa queira influir em um serviço prestado em Teixeira Soares”, afirmou.

Para Silva, a fiscalização do CTR Vila Velha deveria ser feita pelos vereadores da Câmara Municipal de Teixeira Soares. Ele sugeriu que os membros da CEI buscassem apoio dos parlamentares locais. “Eu acho que a gente tem que respeitar a territorialidade do nosso município e respeitar também a competência dos vereadores de Ponta Grossa e dos vereadores de Teixeira Soares. [...] É só por isso que sou contra essa moção. Não sou contra a fiscalização”, acrescentou.

A posição de Maurício foi acompanhada pelos vereadores Pastor Ezequiel Bueno (DC), Leandro Bianco (Republicanos) e Ricardo Zampieri (PL). Zampieri, que se absteve na votação, chegou a sugerir que a fiscalização dos vereadores da CEI fosse realizada com apoio do Ministério Público ou em parceria com os vereadores de Teixeira Soares.

Em resposta, o presidente da CEI da PGA, Professor Careca, criticou o posicionamento dos colegas e defendeu a legitimidade da fiscalização. “O que foi nos dado a incumbência é a parte fiscalizatória e quando se faz uma moção de repúdio é porque algo grave aconteceu. Nós não estamos brincando [...] Esse ato que ocorreu foi um desrespeito com o Parlamento de Ponta Grossa”, afirmou. O vereador ainda destacou o simbolismo do voto na moção. “Quando se vota contra uma moção de repúdio, se vota contra aqueles que trabalham pela transparência, mesmo entendendo que às vezes, lá no outro município, não era competência nossa [...] Isso é muito triste de se ver”, concluiu.

Após o debate, a moção foi aprovada por 11 votos, dos vereadores: Dr. Erick, Dr. Zeca, Fábio Silva, Florenal, Geraldo Stocco, Guilherme Mazer, Joce Canto, Léo Farmacêutico, Marisleidy, Careca e Teka dos Animais.

Votaram contra: Divo, Jairton da Farmácia, Maurício Silva, Pastor Ezequiel e Leandro Bianco. O vereador Paulo Balansin não participou da votação, pois havia solicitado retirada do plenário, enquanto Ricardo Zampieri se absteve.

CÂMARA DE TEIXEIRA SOARES - A reportagem entrou em contato com a presidente da Câmara Municipal de Teixeira Soares, vereadora Inês Ferreira (Solidariedade), para entender como o Poder Legislativo teixeira-soarense acompanha a situação.

Inês ainda não havia recebido informações sobre o embate ocorrido no Plenário da Câmara de Ponta Grossa, mas afirmou que o parlamento do município vizinho está aberto ao diálogo.

Ela acredita que uma reunião entre os integrantes da CEI da PGA e os vereadores da Câmara Municipal de Teixeira Soares poderia ser marcada para debater o caso. "Quem sabe poderíamos marcar uma visita em conjunto. Podemos debater a situação, pois aqui em Teixeira Soares também há responsáveis pela fiscalização do contrato na Prefeitura", disse Inês Ferreira.

Inês Ferreira é a presidente da Câmara Municipal de Teixeira Soares |  Foto: Reprodução.