Azul confirma suspensão de voos e gera indignação no empresariado

A Azul Linhas Aéreas confirmou que as operações da empresa no Aeroporto Sant’Ana, em Ponta Grossa, serão finalizadas na próxima segunda-feira (24). Desta forma, Ponta Grossa ficará sem voos comerciais. Havia uma expectativa quanto a possibilidade da companhia aérea voltar atrás da decisão, contudo a Azul manteve o posicionamento inicial. O setor empresarial da cidade, liderado pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), lamenta a perda dos voos e se manifesta com indignação em relação ao tema.

O debate sobre as operações de voos comerciais em Ponta Grossa vieram à tona quando, no começo de fevereiro, a Azul Linhas Aéreas anunciou que suspenderia as atividades na cidade em 10 de março. Como a empresa é a única que opera aviões de passageiros do modelo ATR, no Aeroporto Sant’Ana, a decisão deixaria o município sem voos comerciais. Houve mobilização de lideranças políticas e empresariais, na tentativa de fazer a Azul repensar a decisão.

Em 19 de fevereiro, a companhia aérea informou uma prorrogação na data prevista para acabar com as operações em Ponta Grossa. De 10 de março a nova data para o término dos voos passou a ser o dia 31 do mês. Nesse intervalo de tempo, o deputado federal Aliel Machado (PV) articulou um encontro entre a prefeita de Ponta Grossa,Elizabeth Schmidt (União Brasil), e o Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que disse à prefeita que buscaria dialogar com a Azul e auxiliar o município nas tratativas para manter as operações na cidade. Esta agenda de Elizabeth, que também contou com a presença da presidente da Acipg, Giorgia Bin Bochenek, gerou a expectativa da possibilidade de a Azul rever a decisão.

Contudo, a uma semana da data prevista para a suspensão dos voos, a Azul Linhas Aéreas confirmou ao Portal aRede que não irá continuar com as atividades em Ponta Grossa. “A descontinuidade da rota permanece para o fim do mês [...] Assim, o posicionamento continua o mesmo”, informou a empresa através de nota.

PREFEITURA MANTÉM SANT’ANA - Em nota enviada ao Portal aRede, a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa lamentou a perda dos voos. “A decisão da Azul não foi revertida pelo Governo do Estado que dá o incentivo de ICMS”, destaca a Administração em nota.

A Prefeitura garante que manterá as operações Aeroporto Sant’Ana e que mantém uma discussão com autoridades estaduais e federais, com amplo debate aberto à sociedade organizada sobre “as alternativas de obras para receber aviões turbofan de grande porte”, consta na nota.

ACIPG SUGERE NOVO AEROPORTO - Giorgia Bin Bochenek destacou a frustração e indignação que a Acipg vê o encerramento das operações da Azul no Aeroporto Sant’Ana. “A Acipg, representando o setor produtivo de Ponta Grossa, empenhou-se intensamente, articulando politicamente e buscando diálogo direto, inclusive com representantes da empresa, na tentativa de reverter ao menos um dos voos. Infelizmente, não obtivemos o resultado esperado”, destacou Giorgia.

A presidente da Acipg ressaltou que para haver a manutenção dos voos da Azul era necessária uma ação mais incisiva do Governo do Estado, “assumindo contrapartidas estratégicas, para assegurar a manutenção de rotas essenciais para cidades como Ponta Grossa – polo industrial relevante que movimenta a economia regional”, ponderou.

No entanto, Girogia destaca que o setor empresarial agora precisa olhar para o futuro. “Uma infraestrutura aeroportuária que viabilize aeronaves de maior porte é um passo fundamental para atrair outras companhias aéreas, ampliando nossa conectividade”, disse. A presidente da Acipg também argumenta que Ponta Grossa não pode mais depender de uma única empresa ou de promessas frágeis. “Ponta Grossa merece um aeroporto à altura de seu potencial econômico, e estamos empenhando nossos esforços neste sentido”, enfatiza.

Por fim, a presidente da Acipg garante que a entidade seguirá lutando por melhorias que garantam o desenvolvimento da região dos Campos Gerais, cobrando ações concretas e unindo forças com o poder público e a iniciativa privada. “A saída da Azul é um revés, mas não o fim da nossa determinação em buscar soluções permanentes para a aviação em Ponta Grossa”, finalizou Giorgia.

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